Como o canabidiol tem ajudado os paratletas brasileiros em Tóquio

O nadador Talisson Glock, medalhista de bronze, é um deles.

Assim como na Olimpíada de Tóquio, o canabidiol também não é mais visto como doping durante os Jogos Paralímpicos. E a substância tem feito a diferença na rotina de diversos atletas brasileiros.

Reprodução/Instagram/Tinnakorn Jorruang/EyeEm

Participando de sua terceira Paralimpíada, a nadadora gaúcha Susana Schnarndorf, de 52 anos, enfrenta uma grave doença degenerativa incurável que afeta o sistema nervoso chamada AMS (Atrofia de Múltiplos Sistemas).

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Sua relação com o CBD começou em 2014, ano em que o Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu autorizar neurocirurgiões e psiquiatras a prescrever remédios à base de canabidiol no Brasil.

Na época, Susana foi convidada para participar de pesquisas com o uso da substância ainda em baixa dosagem. Os resultados positivos logo passaram a surgir.

"Mesmo que minha doença não tenha melhorado, sinto que ela progride bem mais devagar", conta a paratleta, medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Verão de 2016 no Rio de Janeiro.

Antes, Susana dormia no máximo duas horas seguidas, acordava irritada e não conseguia perder peso. "O CBD quebrou esse ciclo de coisas negativas no meu organismo. Durmo melhor, como melhor, me recupero melhor e não tenho mais ataques de ansiedade ou insônia."

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Nem só em formato de óleo o canabidiol pode ser encontrado. Atualmente, ele existe em versão cápsula e até spray para auxiliar no tratamento de dores, lesões e também ajudar a combater sintomas de ansiedade e depressão.

Tinnakorn Jorruang/EyeEm

O nadador paralímpico Talisson Glock, medalhista de bronze em Tóquio com a equipe no revezamento 4x50m livre de até 20 pontos, também é adepto do tratamento com a substância. "Tem me ajudado demais na recuperação entre os treinos, no descanso e na qualidade do sono", diz. "É um composto completo e acredito que cada dia mais vai estar presente na vida dos atletas."

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Mas, apesar dos inúmeros benefícios, o CBD ainda é mal visto por parte da sociedade – principalmente no Brasil.

Para Talisson, a liberação da substância tanto nas Olimpíadas quanto nas Paralimpíadas já é um passo importante.

"Falar sobre o assunto pode ajudar a mudar o cenário e fazer com que as pessoas vejam a questão de maneira diferente. É preciso que elas abram a cabeça", acredita.

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