O quanto a indústria cultural brasileira mudou depois de 10 anos sem Lacraia

Dois passos pra frente, um pra trás.

Nesta semana (10), fez 10 anos que Lacraia morreu.

Aqui falamos um pouco sobre quem ela foi, e qual foi o seu impacto.

Desde então, muita coisa mudou na indústria cultural do país. Nós achamos relevante listar alguns aspectos que mostram como andou a inclusão e representatividade LGBTI+ nesse meio tempo.

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1. Popularização das pautas trans em rede nacional.

Globo

Apesar de não ser exatamente inclusiva, a temática trans em "A Força do Querer" foi explorada de maneira mais aprofundada, abordando a narrativa de transição do personagem.

2. Romances homoafetivos em novelas.

Globo

Algumas novelas como "Amor e Revolução", "Império" e "Babilônia" mostraram beijos e romances nas telas dos brasileiros em horário nobre, apesar de receberem muitas críticas.

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3. Tentativa de normalização do casamento gay.

Globo

Sendo o filme nacional com a maior bilheteria, "Minha Mãe É Uma Peça" (2019) tem metade da sua trama em volta de um casamento gay, um dos legados que Paulo Gustavo deixou.

4. Visibilidade da cultura drag.

Em outros tempos, pareceria impossível que artistas como Pabllo Vittar e Glória Groove tivessem hits internacionais, ou a popularização de programas como "RuPaul's Drag Race". Apesar da cultura drag existir há décadas, só se tornou popular entre o público geral nos últimos 10 anos.

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5. Primeiro beijão entre dois homens no BBB.

Globo

Claro que não podia faltar o primeiro beijo entre dois homens no BBB. Aconteceu só nessa edição de 2021, mas Gil do Vigor e Lucas protagonizaram uma "libertação" na maior emissora do país.

Com algumas pautas caminhando pra frente, é importante lembrar de outras que estão estagnadas há tantos anos.

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6. Desde 2011, apenas dois trans participaram de reality shows de televisão aberta.

Band/Reprodução

Depois de Ariadna no "BBB" em 2011, Tryanda Verenna e Thales Alves, dois homens trans, participaram de edições diferentes do "Masterchef", na Band.

7. Há menos de um mês, uma deputada levou um projeto de lei que buscava barrar pessoas LGBTI+ em publicidades.

Getty Images

Com a justificativa de "incentivar práticas danosas a crianças". Pelo menos, ao que tudo indica, o PL não está mais encaminhado.

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8. E, nesta última semana, o Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu o apresentador Sikêra Júnior por ofensas LGBTfóbicas em rede nacional.

RedeTV!

O apresentador foi absolvido de uma multa de R$30 mil por ter falado no seu programa na televisão aberta que "homossexuais são lixo, bosta, raça desgraçada".

Com uma figura pública que desafiou as normas e padrões culturais há 20 anos, deveríamos estar muito mais pra frente do que isso.

Reprodução

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