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A comunidade LGBTI+ perdeu Miss Biá, uma das primeiras drag queens do Brasil
Miss Biá, que enfrentou ditadura e décadas de transformações sociais de maquiagem e peruca, morreu nesta quarta-feira aos 81 anos, vítima de covid-19.
Luiz Guilherme Moura
Há 4 anos
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Eduardo Albarella, paulistano do Brás conhecido pelo nome artístico de Miss Biá, faleceu nesta última quarta-feira (03) aos 81 anos, depois de cerca de 10 dias internado por decorrência de covid-19.
Reprodução/Arquivo Pessoal / Via revistahibrida.com.br
Biá tinha 60 anos de carreira na noite paulistana e se apresentava até recentemente, quando a pandemia de coronavírus provocou mudanças no funcionamento das casas noturnas e interrompeu eventos sociais. Ela começou a se montar em 1958.
O artista trabalhou por décadas como maquiador e figurinista da apresentadora Hebe Camargo, e ficou até conhecido como "a Hebe das gays" por se apresentar durante anos com um show que satirizava o programa da apresentadora – durante este período, Biá chegou a entrevistar artistas como Ney Matogrosso, Claudia Raia e Paulo Autran.
Trecho do programa da Hebe em que ela recebe Miss Biá como sua convidada.
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Artistas, amigos, colegas de trabalho e fãs fizeram diversas homenagens à Biá, considerada pioneira do movimento drag no Brasil. Separamos algumas abaixo:
Breve homenagem feita por José Roberto Pinheiro, diretor artístico da casa noturna Danger, na qual Biá se apresentava semanalmente até este ano em São Paulo.
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"Sempre ouvimos: quando uma de nós morre, nós morremos um pouco. Hoje, nós morremos muito.
Hoje foi ao encontro das suas irmãs, as estrelas, a grande dama da arte transformista/drag do Brasil. A história viva de luta, resistência e de poder transformador. O ser que amava a cor azul. Que dizia que o segredo da vida era ser feliz e bem humarada. Que o glamour jamais se apagava. Não se perdia.
Eu vou sentir MUITA falta de você. Mas muita... Obrigado pelos gestos de carinho. Pelas preocupações. Pelos ensinamentos. Pela chance de dividir os palcos da vida. Obrigado por me mostrar um mundo onde tudo é possível quando as coisas são feitas com amor. O seu legado jamais será esquecido. A sua vida foi imortalizada. Eu te amo MISS BIÁ. Descanse em paz....você fez mais do que qualquer um de nós vai poder entender. 💔💔💔😔😔😔😭😭😭"
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A organização da Parada LGBTI+ de São Paulo também homenageou a transformista – como ela mesmo se denominava.
#NotaDePesar: Luto por Miss Biá A APOGLBT SP tomou conhecimento do falecimento nesta data, dia 03 de Junho, da transformista Miss Biá. Estamos em luto. Nota completa aqui https://t.co/efveTUXNWC #ParadaSP
"Hoje nossa RAINHA MÃE PIONEIRA, CORAJOSA, ELEGANTE, CRIATIVA, BEM HUMORADA E SEMPRE ATEMPORAL NO VISAGISMO, RAINHA MISS BIÁ morreu em decorrência da covid-19.
Miss Biá está no DNA de todas as drag queens brasileiras pra sempre.
QUEEN BIÁ, OBRIGADA!"
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"MISS BIÁ... 😢 Que perda pesada e significante pra nós LGBTQIA+ e pro mundo. Eu nunca tinha perdido um ídolo, alguém que eu admirasse tanto. 😢 Agradeço por ter tido a felicidade de conhecer esse ícone que o Brasil perde hoje e ainda conseguido fazer parte desse momento lindo do bate papo em 3 gerações. Pude ouvir histórias incríveis desse exemplo de profissional e ser humano."
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"FORAM 35 ANOS DE AMIZADE ! DESCANSE EM PAZ MINHA AMIGA , MUSA, DIVA, MÃE , MISSBIA 😭."
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"Muito triste amigos essa noticia , minha grande referência , Miss bia , descanse em paz não vou mentir estou sem chão . 🙏🙏🙏🙏 ."
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Por último, deixamos este registro de uma de suas apresentações na boate Corintho, em São Paulo, nos anos 1990.
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Obrigado por tudo, Miss Biá! ❤️
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