Muita gente LGBTfóbica tenta justificar seus preconceitos dizendo que não possui informações suficientes sobre o assunto. É o caso da Patrícia Abravanel, por exemplo, que fez chacota da sigla LGBTQIA+ durante seu programa ao vivo no SBT.
São apenas oito caracteres que possuem significados bem fáceis de entender, mas que são muito importantes. Por isso, para acabar com a desculpa da "falta de informação", fizemos esta lista que explica o que a sigla LGBTQIA+ quer dizer e quem ela representa.
Mas antes, uma aulinha básica: somos divididos entre cis e trans. Do que se trata isso?
A pessoa "cis" (que vem de cisgênero) se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer. Por exemplo: pessoas que foram declaradas homens ao nascer e assim se identificam, são cis. Estas pessoas podem ser hétero, bi ou gays.
Já a pessoa "trans" (que vem de transgênero ou transexual), não se identifica com o sexo que lhe foi atribuído no nascimento (homem ou mulher). Estas também podem ser hétero, bi, gays ou lésbicas.
Agora vamos às letrinhas? Ta na hora de aprender, Patrícia! Vem com a gente!
L = lésbicas.
A letra L representa as lésbicas na sigla LGBTQIA+. Lésbicas são as mulheres (cis ou trans) que se sentem atraídas física ou afetivamente por outras mulheres (também cis ou trans).
G = gays.
Gays são os homens (cis ou trans) que se sentem atraídos física ou afetivamente por outros homens (também cis ou trans).
B = bissexuais.
Bissexuais são as pessoas que se sentem atraídas física ou afetivamente por homens e mulheres, sejam cis ou trans.
T = travestis e transexuais.
Ao contrário das letras anteriores, que são sobre orientações sexuais, a letra T é sobre identidade de gênero e representa transexuais e travestis.
A comunidade trans abarca as pessoas que têm um gênero diferente daquele que lhe foi designado pelos pais ou pelos médicos no nascimento. Por exemplo: alguém que nasceu com o sexo biológico considerado masculino, mas que se identifica como mulher, é uma mulher trans. O mesmo vale para quem nasceu com o sexo biológico considerado feminino mas que se entende como homem, neste caso sendo um homem trans.
Já travesti pode ser uma identidade de gênero feminina ou mais ampla, já que o termo pode também se referir a um gênero que foge do binarismo homem-mulher. Nos textos "Travesti ou mulher trans: outra vez essa história?" e "A origem da diferenciação entre travestis e transexuais" a nossa colunista Amara Moira fala mais sobre essas definições.
Q = queer.
Queer é quem rejeita o binarismo e a heterocisnormatividade padrão da sociedade. Em outras palavras, se uma pessoa não se considera hétero e/ou cis, ou ainda se entende pertencente a um gênero que foge da binariedade homem/mulher, ela pode se identificar como queer. Antigamente o termo era usado como ofensa, mas foi ressignificado e hoje integra a sigla LGBTQIA+.
I = intersexuais.
Estas são as pessoas que nascem com diferenças congênitas em suas genitálias, ou seja, elas possuem genitálias ambíguas que não se encaixam nas categorias físicas típicas do sexo feminino e nem do sexo masculino.
Muita gente só descobre a própria intersexualidade já na fase adulta da vida. Isso acontece porque quando nasce um bebê intersexual, é o médico quem decide qual genitália ele deverá ter, e a "adequação" é feita através de um processo cirúrgico que não leva em consideração a identidade de gênero da pessoa em questão. Em outras palavras, a escolha de qual genitália aquela pessoa deve ter é feita por um terceiro, e isso pode causar graves problemas identitários para quem vive esta situação.
A = assexuais.
Assexual é quem desenvolve relações afetivas com outras pessoas sem necessariamente ter relações sexuais com elas.
E o "+"?
O "+" representa todas as sexualidades e identidades de gênero que vão além das letras que aparecem na sigla. É uma forma da própria comunidade LGBTQIA+ não se limitar e reconhecer as diversas identidades e sexualidades que existem por aí.
