Em "Hogwarts Legacy", transfobia de J.K. Rowling aparece pela primeira vez no universo "Harry Potter"

Todo mundo quer viver uma aventura mágica de "Harry Potter", mas financiar a autora do universo está BEM COMPLICADO.

O aguardado jogo "Hogwarts Legacy" foi lançado para o público geral na terça-feria (7). Nele, o jogador vive uma vida estudantil em Hogwarts, cerca de 200 anos antes dos filmes "Harry Potter". Na véspera do lançamento, foi anunciado que o jogo contaria com a primeira personagem trans no universo de "Harry Potter": Sirona Ryan.

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Não é difícil notar que o nome da personagem pode ser lido como um trocadilho: "Sir", no começo, é "senhor" em inglês, e a continuação, "Ronan", é um nome masculino comum nos países de língua inglesa. O sobrenome dela é outro nome masculino comum, Ryan. Entro TODOS os nomes que ela poderia ter, escolheram um que, lido rápido, soa como Sir Ronan Ryan. Em português, poderia ser algo como "Sen Iorcarlos Miguel". Tipo um... nome de homem.

Pois, veja bem que nada é por acaso, nem mesmo o nome dos personagens.

Segundo ao material de divulgação do jogo, a personagem homenageia a antiga deusa fluvial gaulesa Sirona. Supondo que, "por coincidência", tenham escolhido o nome que traz um trocadilho, e também "por coincidência", entre tantas outras deusas, escolheram uma que é simbolizada junto com uma serpente e uma cesta de ovos. Sim, uma cobra e ovos. Coincidentemente, para a única personagem trans deste universo.

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Uma das questões que as pessoas cansadas desses ataques transfóbicos levantam é que, por ser dona dos direitos autorais desse universo mágico, o jogo paga um certo valor para Rowling ao usar os personagens comercialmente. O que significa, em consequência, que quanto mais sucesso o jogo tiver, mais dinheiro cai no bolso dela.

Nas redes sociais, ativistas pediram por uma tentativa de boicote ao jogo, o qual foi falho e frustrante.

Na Twitch, maior plataforma de streamers, o primeiro dia de jogo bateu mais de 1 milhão de visualizadores simultâneos em canais variados. O que, ainda assim, não significa uma grande alta de vendas. Afinal, melhor 1 milhão de pessoas assistindo a gameplays e algumas centenas de vendas oficiais para influenciadores do que 1 milhão de pessoas individualmente comprando e jogando, certo?

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Não é uma novidade para ninguém que J.K. Rowling faz questão de manchar a imagem da sua própria saga "Harry Potter".

Em redes sociais (e em seus novos livros), a autora gosta de fazer comentários violentamente transfóbicos e antissemitas, além de debochar dos fãs que perderam o brilho com o universo mágico por conta dela.

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Como se não bastasse dizer o que pensa, a autora também divulgou, consumiu e apoiou marcas polêmicas em um passado não tão distante.

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Segundo a matéria de Insider, Rowling postou em seu Twitter em 2020 uma camiseta de uma marca com ideais fortemente transfóbicos:


"Autora JK Rowling, que ficou sob pressão por comentários sobre o ativismo trans que muitos acharam transfóbicos, promoveu uma loja online que vende itens com frases ofensivas anti-trans.


O site, chamado Wild Womyn Workshop (Workshop das mulheres selvagens), anuncia bottons com as frases 'Mulheres trans são homes', 'Homens trans são minhas irmãs', 'Transição = terapia de conversão', 'F*da-se seus pronomes' e 'Mulher não é uma fantasia'."

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Nota do editor: o BuzzFeed não tolera nenhum tipo de discurso discriminatório ou de ódio. Apoiamos a comunidade LGBTQ+ e todos os fãs que encontraram um lar em Harry Potter. Trabalhamos para fornecer um espaço seguro para todos.

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