Com novas declarações transfóbicas, J.K. Rowling se isola ainda mais em sua irrelevância

Autora fez novos tweets preconceituosos e debochou dos fãs que deixaram de admirá-la.

O sucesso da franquia "Harry Potter" é inquestionável. Os sete livros venderam mais de 500 milhões de cópias, os 8 filmes faturaram cerca de 9 bilhões de dólares em bilheteria, e a autora da obra, J.K. Rowling, é hoje uma das pessoas mais ricas do Reino Unido - com uma fortuna que segue crescendo.

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Porém, o legado de J.K. Rowling já pode ser considerado irremediavelmente comprometido por suas declarações preconceituosas.

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Embora a autora tenha criado a série de livros mais vendida da história, a cada ano - e a cada nova polêmica - a relevância de J.K. diminui, e já é possível prever que ela não será lembrada com o mesmo prestígio de outros grandes autores britânicos, como Roald Dahl (de "Charlie e a Fábrica de Chocolate" e "Matilda") e Lewis Carroll (de "Alice no País das Maravilhas").

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Embora "Harry Potter" ainda deixe J.K. Rowling cada vez mais rica, sua fonte de renda são os direitos autorais de uso dos personagens e histórias em parques temáticos, videogames e reimpressões dos livros, por exemplo.

Lembrando que toda a saga foi escrita entre 1997 e 2007, nada do que ela escreveu desde então teve sequer uma fração do impacto das histórias do bruxinho.

Alguém se lembra do livro "Morte Súbita", que até virou série em 2015? E da saga de investigação que ela assina como Robert Galbraith, e que começa com o livro "O Chamado do Cuco"? Pois é, quase ninguém leu.

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Os livros mais recentes de J.K. também passaram despercebidos: "O Ickabog" (foto abaixo), de 2020, e "Jack e o Porquinho de Natal", de 2021. Esses dois foram lançados depois de a autora começar a fazer publicações transfóbicas em suas redes sociais.

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Desde 2019 J.K. vem atacando sistematicamente a população transgênero. Tentando defender a identidade das mulheres cisgênero, ela invalida a existência das mulheres trans com postagens violentas que já foram criticadas até por atores de "Harry Potter" - Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint se opuseram à criadora dos filmes que protagonizaram.

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No último final de semana - no qual no Brasil se celebra o dia da visibilidade trans (29 de janeiro) - J.K. compartilhou um relato de uma presidiária cis que esteve encarcerada com uma mulher trans e que teve medo de ser violentada pela colega de cela.

J.K. repercutiu a história de maneira bastante agressiva, se referindo às presidiárias trans como "um homem assassino e um homem que abusava de mulheres". Ela não inclui o crime da mulher cis. Em outro tweet, a escritora afirma que "um estuprador não se torna uma mulher colocando uma peruca".

J.K. chegou a debochar dos milhares de fãs de "Harry Potter" que estão se decepcionado com ela. "Profundamente entretida com aqueles que me dizem que perderam a admiração devido ao desrespeito que mostro com estupradores violentos e ambíguos. Vou arquivar sua admiração perdida com cuidado na caixa onde guardo minhas merdas desaparecidas."

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É fato que, nos últimos 15 anos, J.K. perdeu não só o respeito pela comunidade LGBT, mas agora evidentemente por seus próprios fãs - e isso é o que ela mostra de maneira pública - como também perdeu sua "mágica".

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O fracasso de crítica e público da franquia "Animais Fantásticos", da qual J.K. é roteirista, mostra que a autora não tem conseguido dar continuidade à própria obra. O primeiro filme, "Animais Fantásticos e Onde Habitam", lançado em 2016, é o único sucesso, arrecadando U$814 milhões no mundo todo. "Crimes de Grindelwald" (2018) caiu para U$654 milhões, e "O Segredo de Dumbledore" (2022) fez U$406, a metade do primeiro.

O fracasso de "O Segredo de Dumbledore" encerrou a franquia, que originalmente estava programada para ter cinco filmes. E não há atualmente nenhum outro projeto de filme ou série do universo "Harry Potter" por um único motivo: J.K. Rowling tem o controle criativo de sua obra, mas não tem mais sua antiga genialidade - que se foi junto de seu senso de humanidade.

Ofuscada pela grandeza de sua própria obra, incapaz de continuar a produzir e agressiva com sua própria base de fãs, J.K. Rowling deve seguir cada vez mais irrelevante até o dia em que será esquecida.

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Nota do editor: o BuzzFeed não tolera nenhum tipo de discurso discriminatório ou de ódio. Apoiamos a comunidade LGBTQ+ e todos os fãs que encontraram um lar em Harry Potter. Trabalhamos para fornecer um espaço seguro para todos.

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