Tudo o que você precisa saber sobre o movimento #FreeBritney

Pela primeira vez, cantora vai participar de audiência sobre sua tutela e as expectativas são grandes.

Você já deve ter ouvido falar do movimento #FreeBritney (#LibertemBritney, em tradução literal), que ganhou muita força nas redes após o lançamento do documentário "Framing Britney Spears" no começo deste ano. Mas a verdade é que este movimento existe há mais de dez anos, e foi iniciado por uma fã da cantora que encontrou alguns pontos bem estranhos em um acordo legal que envolvia o nome da nossa Princesa do Pop.

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A Britney praticamente nasceu sob os holofotes, e ela teve que aprender a lidar com a fama desde muito pequena. Antes mesmo de chegar na adolescência, a cantora já estava sendo hipersexualizada pela mídia e era alvo de comentários extremamente maldosos publicados por tabloides e revistas de fofoca.

Disney

Britney Spears e Ryan Gosling jovenzinhos, na época em que estrelavam "O Clube do Mickey", da Disney.

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Apesar de tudo isso, Britney conseguiu se firmar como uma grande estrela do pop já no seu álbum de estreia, que ela lançou quando tinha 18 anos. Porém, quanto mais sua fama crescia, mais ela era atacada e perseguida pela mídia. Não demorou para que as pessoas começassem a fazer especulações sobre a vida sexual da cantora, e vários veículos publicavam matérias falando sobre a sua virgindade e outros assuntos que diziam respeito apenas a ela.

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Um exemplo disso foi esta capa da revista People, que trazia a manchete "Princesa do Pop Britney Spears: muito sexy muito cedo?". Desde a época em que esta edição foi publicada, já estava claro que a mídia tentava demonizar a imagem que ela própria construiu sobre a Britney.

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Grupos de pais e mães conservadores faziam campanhas contra a estrela, dizendo que ela era responsável por sexualizar a infância dos seus filhos por causa da forma como ela dançava e se vestia. Em uma entrevista concedida na época, Britney disse que não era responsável pelo conteúdo que os filhos de outras pessoas consumiam. Esta fala faz todo sentido, mas ninguém a escutou. Naquela altura o público já tinha decidido que a vida da cantora não pertencia mais a ela, e se sentia no direito de opinar sobre o modo como ela vivia, se vestia e se comportava diante e atrás das câmeras.

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Toda essa perseguição e julgamento por parte do público e da imprensa, aliados à constante invasão de privacidade praticada pelos paparazzi, levaram Britney a um dos momentos mais tristes e sombrios de sua vida. Em 2007, quando a cantora chocou o mundo ao raspar o cabelo, as pessoas diziam que Britney "tinha surtado". Ninguém enxergava as atitudes "malucas" da cantora como um reflexo do que ela veio enfrentando ao longo de anos. Sem o amparo da família e das poucas pessoas que eram próximas a ela, Britney se viu obrigada a passar por tudo isso sozinha.

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Uma das cenas mais chocantes do documentário "Framing Britney Spears" é quando a artista entra em uma loja de conveniência para usar o banheiro e, quando ela sai, há literalmente CENTENAS de fotógrafos a cercando, fazendo perguntas invasivas e mal deixando ela andar até o seu carro. É possível ouvir ela pedindo licença inúmeras vezes, implorando para que a deixassem em paz e ir embora dali, mas novamente ninguém estava se importando com o que ela dizia. A cantora, então, começa a chorar e se desespera com a quantidade de gente ao seu redor. Obviamente, nenhuma manchete do dia seguinte dizia que Britney tinha sido perseguida e desrespeitada, e sim que ela havia "perdido o controle" mais uma vez.

Em outro episódio tenebroso de sua vida, Britney participou de uma entrevista com a jornalista Diane Sawyer. Entre tantos absurdos, a entrevistadora pergunta o que ela havia feito de errado para que Justin Timberlake, seu ex-namorado, terminasse com ela. Na época, Justin participou de diversos programas de TV e de rádio onde sempre afirmava que Britney era a culpada pelo término. Ele expunha detalhes do relacionamento que tiveram e sempre conseguia sair como o coitadinho, enquanto pintava a cantora como vilã.

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Na mesma entrevista, Diane conta para a cantora que Kendall Ehrlich, esposa do então governador do estado de Maryland, havia dito que "daria um tiro em Britney Spears se tivesse a oportunidade". Claramente chocada e abalada com o comentário, Britney começa a chorar e pede para encerrar a entrevista.

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Em 2008, com a sua privacidade escancarada para o mundo todo e sem ter qualquer controle sobre a própria vida, Britney teve que conceder a guarda dos seus bens e da sua fortuna para o seu pai, Jamie Spears. Foi nesta época que começaram os boatos de que a cantora estava presa em um acordo legal que a impedia de controlar sozinha qualquer aspecto da sua vida.

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No documentário, o advogado Adam Streisand afirma que a cantora queria que o responsável pelos seus bens fosse alguém "profissional e independente", ou seja, uma pessoa que não teria segundas intenções ao assumir o controle das posses de Britney. Ainda de acordo com Adam, que representava a artista na época, ela havia dito com todas as letras que não queria que seu pai fosse o responsável pela tutela dos seus bens. O juiz não acatou o pedido de Britney porque teve acesso a um suposto laudo médico que apontava que ela não estava apta a assumir o controle da própria fortuna. Este laudo nunca foi apresentado ao advogado de Britney.

Desde então, esta batalha judicial vem ganhando a atenção da imprensa e, principalmente, dos fãs da cantora que acompanham tudo de perto. São os integrantes do movimento #FreeBritney que pressionam as autoridades e cobram explicações transparentes sobre o acordo legal que envolve sua ídola. Os fãs especulam ainda que este acordo vai além do controle das posses de Britney, e afirmam que atualmente o pai da cantora tem controle sobre todos os aspectos de sua vida, desde as entrevistas que ela concede até o que ela posta em suas redes sociais.

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Hoje, todo esse assunto voltou aos holofotes porque, pela primeira vez, Britney vai comparecer a uma audiência para falar sobre o caso. As expectativas são altas e ninguém sabe direito o que vai acontecer, já que a artista sempre evitou se pronunciar publicamente sobre o assunto. O pouco que se sabe até agora foi divulgado pelo New York Times. Nesta semana, o veículo revelou que teve acesso a documentos judiciais exclusivos em que Britney afirma que o pai a forçava a trabalhar e que esta tutela se transformou em uma ferramenta opressora e de controle sobre sua vida.

Britney e seu pai, Jamie.

Independente do que aconteça na audiência de hoje, nós ficamos na torcida para que Britney possa finalmente viver sua vida do jeito que ela quiser. A eterna Princesa do Pop merece ser feliz! #FreeBritney

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