5 potências negras que você precisa conhecer no Julho das Pretas

Data celebra o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

Em 25 de julho é comemorado o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

A data foi instituída em 1992, num encontro de mulheres negras que aconteceu na República Dominicana, com o objetivo de dar visibilidade às lutas das mulheres negras contra o racismo, opressão de gênero e outras explorações. O objetivo não é limitar essa visibilidade à uma data, mas lembrar e reforçar a importância da luta dessas mulheres durante todo o ano.

1. Tereza de Benguela

Reprodução | Pintura de Felix Vallotton (1911), usada para representar Tereza de Benguela

No Brasil, a data homenageia a líder quilombola Tereza de Benguela, que liderou o Quilombo do Quariterê, no século XVIII. Também conhecido como Quilombo do Piolho, abrigou mais de 100 pessoas negras e indígenas, resistindo ao escravagismo.

Lá, Tereza comandava toda a estrutura política, econômica e militar do território. Viviam do cultivo de algodão, milho, feijão, mandioca, banana e detinham um aparato de defesa para proteger a comunidade das invasões. Sob seu comando, o Quilombo resistiu por mais de duas décadas.

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2. Maria Firmina dos Reis

Reprodução | A capa do Romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis

Nascida em São Luís do Maranhão em 1822, Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira romancista brasileira. Em “Úrsula”, considerada a primeira obra do gênero a ser publicada por uma mulher negra em língua portuguesa, tratou da temática abolicionista.

Além de escritora, era professora formada. Fundou a primeira escola mista (para meninos e meninas) e gratuita do estado do Maranhão, também uma das primeiras escolas do tipo do Brasil.

3. Jurema Werneck

Reprodução | A médica Jurema Werneck.

Jurema Werneck é médica e doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 2017, assumiu o posto de diretora-executiva da Anistia Internacional do Brasil, organização que tem o objetivo de garantir que os direitos humanos internacionalmente reconhecidos sejam respeitados e devidamente protegidos.

Entre seus livros publicados estão “O livro da saúde das mulheres negras: nossos passos vêm de longe”, “Under the Sign of Biopolitics: Critical Voices from Civil Society” e “O samba segundo as Ialodês: mulheres negras e cultura midiática”.

Em 2021, depôs na CPI da Pandemia, apresentando aos senadores um estudo demonstrando que cerca de 120 mil vidas poderiam ter sido poupadas em 2020, primeiro ano da pandemia, se ações corretas tivessem sido tomadas pelo Governo.

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4. Cécile Fatiman

Reprodução | A cerimônia que deu início à Revolução Hatiana. Pintura de Castera Bazile

Em agosto de 1791, Cécile Fatiman, alta sacerdotisa vodu responsável por manter rituais e as relações entre os espíritos e a comunidade, realizou a cerimônia que daria início à Revolução Haitiana. Nela, foi profetizado o sucesso da revolução e quem seriam os líderes da revolta que libertaria os escravizados em Saint-Domingue.

Em 1 de janeiro de 1804, Saint-Domingue se torna a República Independente do Haiti, liderada por negros. A revolução teve um efeito enorme na história ocidental. Seu triunfo inspirou outras nações a lançarem seus próprios movimentos de libertação. Posteriormente, Cécile Fatiman, casada com o militar e presidente Louis Michel Pierrot, se tornaria primeira-dama do país.

5. Paula Marcela Moreno Zapata

Foto Ministério da Cultura | Paula Marcela Moreno Zapata.

A pessoa mais jovem e primeira mulher negra a ocupar o cargo de ministra na Colômbia, aos 29 anos. Em seu comando no Ministério da Cultura, a engenheira, professora e mestra em filosofia criou uma série de medidas de proteção às línguas nativas, a criação de um sistema nacional de bibliotecas, políticas para o audiovisual e outras artes.

Atualmente, é presidente da ONG Manos Visibles, que atua na inclusão e integração social efetiva na Colômbia, capacitando líderes de base com o objetivo de mudar as relações de poder no país.

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Texto de Jun Alcantara.

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