Fiquei uma semana comendo apenas marmitas e vivi o potencial completo da vida adulta

Marmitei com orgulho

"Beatriz, pode descer. Tá pronto!" Era assim que todos os dias eu sabia que o almoço estava pronto lá no sobrado geminado, onde foi minha primeira casa, em uma avenida barulhenta de Osasco. A pessoa que gritava era minha mãe, dona de casa que sempre cozinhou muito bem a vida inteira. "A prática leva à perfeição" é o que dizem e no caso dela não poderia ser mais verdade.

Ao todo, ela deve ter feito uma variação de no máximo 50 pratos diferentes que eu tive a sorte de comer nesses 31 anos de vida. Nada muito requintado, só comida de verdade mesmo. O melhor feijão, o melhor bife acebolado e o melhor bolo de brigadeiro. Não tem nada que essa mulher faça mal.

Por ter tido a sorte de comer comida caseira da mais alta qualidade, eu desenvolvi um paladar que vou chamar aqui de "acessível". A real é que eu gosto muito de comer e como de tudo. Lá em casa não tinha espaço para muita frescura não.

Até sair da casa dos meus pais eu quase nunca cozinhei, o que é o algo bem comum em uma família onde o pai sai pra trabalhar e a mãe fica em casa administrando a vida doméstica. Minha mãe sempre foi muito a ciumenta do fogão e se a gente fosse comer ali, teria que ser algo feito pelas mãos dela.

Faz uns dois anos que eu divido um apartamento com amigos e desenvolvi a maravilhosa habilidade de fazer almoços de domingo. Funciona assim: Eu e a galera de casa acordamos, tomamos café e decidimos o que vamos cozinhar. A gente vai no mercado, compra as coisas e começa a preparar tudo, sempre acompanhados de uma bela taça de vinho, como bons adultos que somos. Lá pelas 15h os amigos que moram no bairro começam a mandar mensagem pra saber o que vai rolar de comida e aí eles colam e tudo vira uma grande refeição em família. E também uma festa. Imagina minhas segunda-feiras…

Faz quase um ano que eu tenho repensado minha relação com alimentação e por isso decidi passar em um nutricionista para entender melhor o que me faz bem e o que me faz mal. Cozinhar me ajuda muito a comer direito e a me sentir melhor naqueles aspectos clássicos: corpo, mente e alma. Super #gratiluz!

Só que aí o que acontece é que eu só cozinho de domingo e durante a semana faço praticamente todas as refeições fora de casa. Dá preguiça de cozinhar ou não dá tempo ou eu enjôo do que tem em casa. O que acaba acontecendo é que eu como mega mal, faço as escolhas mais erradas e acabo me sentindo triste no final do dia.

Foi pensando em tudo isso que eu me convidei para um desafio: cozinhar todas as minhas refeições por uma semana. Quando eu digo "todas" eu quero dizer "TODAS", do café da manhã ao jantar passando também pelo lanchinho da tarde. Como eu sou muito 8 ou 80 em tudo o que faço, decidi que nada que eu colocasse para dentro do meu corpo poderia ser feito fora de casa. Isso vale pro doce, pro café, pro pão… Enfim, você entendeu.

Achei que valia a pena estabelecer algumas regrinhas:

Ou seja, queria me desafiar, mas não queria sofrer. Afinal de contas eu não to aqui nessa vida para passar fome!

Muito que bem. Depois de definir o desafio eu comecei a pensar como iria conseguir fazer isso acontecer e eu entendi que havia apenas uma resposta possível: planejamento!

Pausa dramática aqui.

Eu não planejo quase nada na minha vida, muito menos o que eu vou comer. Eu nem lembro o que comi no jantar do dia anterior, como eu poderia planejar as refeições de uma semana inteira?!

A outra coisa que eu pensei foi: Se eu vou ter que comer só coisas que eu cozinhei, vou ter que cozinhar tudo no final de semana. Seria muito ingênuo da minha parte acreditar que eu conseguiria cozinhar todos os dias, até porque eu ando em uma fase bem criança rica que tem a agenda cheia de atividades: yoga, guitarra, terapia, coaching… Sem contar o trabalho, já que pra pagar por tudo isso não tem milagre não.

Beleza, eu ia ter que cozinhar tudo em um dia. Só que eu tenho esse grande defeito de enjoar de tudo muito fácil e eu tinha me prometido não passar fome. Decidi fazer uma pesquisa de campo e me inspirar em vídeos da firma para saber o que iria comer.

Fondue com brownie de dois sabores

Eu merecia essa alegria

As meninas fazem doce e o salgado também.

Essa receita aqui é boa por demais!

A partir dessa pesquisinha, fiz uma lista das comidas que cozinharia, pensando em não repetir nenhum prato em um mesmo dia e tendo opções gostosas e saudáveis durante toda a semana.

Olha que menu mais caprichado:

Como não sou boba nem nada, eu usei a tecnologia ao meu favor. Fiz aquele pedidão bonito no App do Pão de Açúcar Mais e recebi tudo no conforto do meu lar.

Imagina uma pessoa feliz?

Nessa altura eu sentia que tava arrasando demais. Achei que tinha decifrado o segredo de todos os problemas do mundo e tava achando que esse desafio nem seria desafiador de fato. Kkkkkkkk (cada "k" uma lágrima).

Acordei domingão e olhei para a lista com atenção: 16 pratos, com níveis de dificuldade diferentes e tipos de preparo também. Aí, meus amigos, eu pifei. Foram horas olhando pro vazio, com o corpo imóvel, a mente confusa. Eu não sabia por onde começar! O que eu iria colocar no forno primeiro? E na panela de pressão? Como eu iria encarar esse que é o maior medo do jovem adulto? Olha, não foi fácil.

Mas como quem tem amigos tem tudo, foram eles que me tiraram da inércia e me botaram para trabalhar. Meio-dia comecei a cozinhar com a ajuda deles e, como uma linha de produção, a gente ia cortando, lavando, cozinhando, assando, batendo. Eu literalmente usei todos os utensílios de cozinha que existem em casa.

,

Vemos aqui belas imagens e muita dedicação

Só tive um pequeno probleminha nesse processo: já quando eu abri a caixa que chegou em casa com as compras, eu percebi que . não me atentei ao peso do chocolate branco e em vez de comprar as barras de 90g, comprei a pequenininha. Para agilizar o processo, marquei uma hora no caixa do Pão de Açúcar perto de casa usando a função Caixa Express do app para comprar as barras certas. Eu não tinha tempo a perder; faltava ainda muita coisa para cozinhar!

Me senti muito elegante e poderosa!

De volta à cozinha, a parte mais difícil foi ordenar tudo pensando no tempo de preparo e nos ingredientes que eu iria precisar. Cozinhar 28 refeições em uma cozinha de apartamento não é a tarefa mais fácil do mundo. Tudo parece tão glamuroso naquelas fotos lindas do Instagram, mas a vida real não é tão bonita assim. Eu não vou negar, bati a sopa de abóbora na lavanderia só porque tinha um pouquinho mais de espaço. A segunda parte mais treta foi a louça na pia. Mas para isso a gente usou aquele sistema maravilhoso "suja, lava". Minha mãe ficaria orgulhosa!

Depois de 10 horas cozinhando eu me senti realizada com o resultado final: uma geladeira cheia de marmitinhas muito gostosas!

A regra de fazer só comidas que eu sei fazer deu super certo, tudo ficou delicioso. Eu só tive um probleminha com a sopa de abóbora. Acabei comprando aquela que é boa para fazer doce e a sopa ficou um pouco sem graça, mas para contornar, coloquei um monte de temperos que salvaram o prato. O brownie de chocolate branco foi o maior sucesso de todos. Aprovado sem refações!

A semana começou muito bem com uma receita perfeita de pão integral que com uma manteiguinha ficou show demais. É muita alegria ter um pão caseiro pra comer todo dia! Consegui fazer uma segunda sem carne, comendo grão de bico refogado no lugar da carne no almoço e macarrão de abobrinha com molho de tomate e queijos no jantar. Melhor coisa da vida adulta é chegar em casa e não ter que lidar com o desespero de uma geladeira vazia!

, , ,

A alegria de comer bem e não gastar o vale refeição

Durante toda a semana eu fui pro escritório toda fina e marmiteira. Andava com minha bolsinha pra cima e pra baixo. Ela praticamente virou a extensão do meu corpo.

Toda blogueirinha marmiteira

Terça a galera do escritório combinou um happy hour e eu botei minha regra de ter vida social em prática. Ainda bem que eu trouxe um lanchinho pra comer antes de ir no bar, porque foi difícil resistir ao meu petisco favorito: o provolone à milanesa.

O outro desafio da semana foi resistir aos lanchinhos e comidinhas que passavam na minha cara toda a hora. Trabalhar do lado do estúdio do Tasty Demais tem suas dores e suas delícias. Essa semana foram mais dores.

Paulinha toda se exibindo com seu pãozinho

Chegou sexta e eu já tava ficando meio triste por não sair do escritório na hora do almoço. Eu precisava ver a luz do dia, ouvir as fofocas da firma, falar com pessoas. Essa foi a única parte ruim de trazer marmita: acabar comendo rápido e trabalhar durante o almoço. Eu sei, eu não dominei a arte de comer marmita corretamente. Mas minhas amigas dos escritório me convenceram a levar minha marmitinha para um almoço fora. A parte mais maravilhosa foi que eu comi bem e não gastei um real a mais. Já elas...

,

Quem está rindo agora?

Sexta-feira também me trouxe o desafio de ir em uma festa de aniversário e não comer nada do buffet. Aí é aquela dica boa da tia: vai jantada, menina. E foi bem o que eu fiz. Comi bem pra não resistir à tentação da fartura de comida. O que a gente não faz pra vencer um desafio?

Sábado fiquei muito agradecida por ter comida na geladeira e não precisar cozinhar e nem comer fora. Ah, eu aproveitei que tinha um desconto maravilhoso nos vinhos pelo app do Pão de Açúcar e comprei umas belas garrafas para curtir o final de semana. Um dado muito importante é que eu tenho uma "tendência" a quebrar taças. Então aproveitei meus pontos acumulados na seção Meus Prêmios do App do Pão de Açúcar Mais para trocar por taças novas também. 10/10!

Notas de "gastei pouco" com aroma de desconto

Saldo final: um desafio concluído, um estômago feliz e muito dinheiro economizado na conta. Eu comi super bem e gastei em média R$ 15,00 por refeição. Na região aqui do trabalho não é nada fácil almoçar por esse valor. Outra coisa maravilhosa é que minha pele ficou ótima depois dessa semana, o que é um ótimo reflexo da saúde geral do corpo.

Eu encarei essa experiência como um detox de coisas ruins que eu andava comendo e me faziam mal. Claro que tiveram coisas não tão legais como a pinçada no ciático depois de 10 horas cozinhando e os almoços dentro do escritório sem ter a pausa do trabalho.

O que eu aprendi de fato com tudo isso é que cozinhar é um ato de amor e quando você faz isso para si mesma você está se cuidando e se preenchendo de amor próprio. Outra coisa que esses dias me ensinaram é que dizer não para algumas coisas é dizer sim para si mesma.

Eu faria tudo isso de novo? Não do jeito que fiz. O ideal seria trazer marmitas alguns dias da semana e deixar comida congelada para ter jantares mais saudáveis.

Entender que eu me dei ao trabalho de nutrir o meu corpo com coisas que me fazem bem, que eu realmente fiz algo por mim mesma, fez eu me sentir amada e acolhida. Assim como eu sentia quando a minha mãe dizia que o almoço já estava pronto.

Fotos: Felippe Cordeiro, Gabriela Martins, Wilson Júnior e Beatriz Pascon

Agradecimento especial: Pão de Açúcar que me ajudou a comer melhor e a cuidar de mim do meu jeito.

E se você quiser viver essa experiência, saiba mais no site e baixe o App do Pão de Açúcar Mais no Google Play ou na Apple Store. :)

Veja também