Esta professora está reagindo depois que o conselho de sua escola proibiu as bandeiras de orgulho na sala de aula

Um conselho escolar de Nevada (EUA) disse aos professores que eles não podem se envolver em discursos políticos — incluindo ter uma bandeira de orgulho ou falar sobre Vidas Negras Importam.

Jennifer Leja

Uma professora em Reno, Nevada, está protestando silenciosamente contra uma decisão de seu conselho escolar, que diz que ela não pode se envolver em discurso político na sala de aula — incluindo a exibição de uma bandeira de orgulho.

Jennifer Leja dá aula para a 7ª e 8ª séries no Distrito Escolar de Washoe. Leja, que é bissexual, disse ao BuzzFeed News US que é a única professora abertamente LGBTI+ em sua escola.

"Eu tenho um bando de alunos da 7ª e 8ª séries que estão tentando aprender quem são e como se identificar, e eles me procuram", ela disse.

Ela sempre manteve uma bandeira de orgulho em sua sala de aula, junto com várias coisas de arco-íris que os alunos lhe deram ao longo de seus cinco anos de ensino. Mas este ano, a bandeira teve que sair.

O Distrito Escolar de Washoe emitiu uma nova política este ano que proíbe "atividades político-partidárias" durante o horário escolar. A política estabelece que "qualquer sinalização que seja exibida na propriedade do Distrito que seja, ou se torne, de natureza política deve ser removida ou coberta".

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Jennifer Leja / TikTok

Quando Leja leu a política, procurou o administrador Andrew Caudill para perguntar se a política incluía questões LGBTI+. Ela perguntou se, por exemplo, poderia exibir arco-íris ou mencionar que tem uma namorada.

Em um e-mail compartilhado com o BuzzFeed News US, Caudill respondeu que sim, as questões LGBTI+ foram incluídas.

"Os tribunais consideraram as questões LGBTI+ como discurso político e, portanto, a bandeira do arco-íris [é considerada] como discurso político, então não pode ser expressada através de roupas e outros meios, como a exibição de uma bandeira em sua sala", ele disse a ela.

Ele também acrescentou que ela está autorizada a falar sobre sua própria sexualidade ou parceiro.

"Quem você é não é impactado por essa política, apenas o que é expresso na classe através de recursos visuais", ele disse a ela.

Mas para Leja, a bandeira de orgulho é uma parte importante de quem ela é.

"O problema que tenho com isso é, eu não acho que minha existência e minha identidade sejam uma questão política", ela disse. "Eu acho que poder ter uma bandeira do arco-íris é tanto parte da minha identidade quanto qualquer outra coisa."

Ela acrescentou: "É legal casar em todos os estados; é legal ser uma pessoa LGBTI+ neste país neste exato momento, por isso não vejo como isso é uma questão política".

Não se trata apenas dela. Leja disse que ela tem sido apoio para os estudantes que se assumiram ou que estão questionando suas identidades.

"É importante para mim porque sinto que há alunos que passam suas vidas no armário, especialmente no ensino médio; é quando os alunos estão começando a descobrir quem são", ela disse. "Eles passam por esse período em que não sabem quem são ou do que gostam."

Por exemplo, ela disse que tem um aluno transgênero este ano, e quer ter certeza de que esse aluno saiba que é apoiado em sua sala de aula. A política não afeta os estudantes, que ainda podem expressar opiniões ou usar itens considerados políticos.

Leja publicou vídeos falando sobre o assunto em seu TikTok, e compartilhou a quantidade de arcos-íris que enchem sua sala de aula porque, como diz no vídeo, gosta muito de arcos-íris.

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@msleja

My response to this new requirement 😂 #tiktokteacher #middleschool #teachersoftiktok #lgbt #lgbtqteacher

"Começou no meu primeiro ano de ensino com apenas uma bandeira do arco-íris; praticamente todos os arco-íris acrescentados desde então têm sido presentes de alunos", ela disse.

Caudill disse ao BuzzFeed News US que a política não inclui apenas questões LGBTI+, mas "outros tipos de discursos como pró-vida, pró-escolha, posse de armas etc."

"É inapropriado que o Distrito, como entidade governamental, selecione apenas discursos com os quais concorda. Como resultado, é do melhor interesse de nossas comunidades de aprendizagem pedir aos funcionários que se abstenham de qualquer discurso político de questão única", ele disse.

Quando perguntado sobre possíveis consequências para os professores que desafiam a política, Caudill disse: "Espera-se que todos os funcionários sigam todas as políticas do conselho".

Ele acrescentou: "Mas quero ser muito claro, a política não exige que os funcionários escondam sua própria sexualidade. Os professores podem informar aos alunos sobre sua sexualidade, ou falar sobre seus parceiros, se desejarem, independentemente da sexualidade. A política não afeta quem o professor é, ela afeta apenas a defesa de uma posição política específica".

Este post foi traduzido do inglês.

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