Por que agosto é considerado o mês da Visibilidade Lésbica?

O mês é muito importante para o movimento lésbico brasileiro!

Agosto é um mês muito importante para o movimento lésbico no Brasil. Neste mês, nós temos duas datas comemorativas: o Dia Nacional do Orgulho Lésbico e o Dia da Visibilidade Lésbica.

Tenor

O Dia do Orgulho Lésbico é celebrado em 19 de agosto em homenagem a um evento que aconteceu em 1983 e que é considerado o "Stonewall Brasileiro".

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Naquela época, no centro de São Paulo, havia o Ferro's Bar, um lugar que funcionava como restaurante durante o dia e, à noite, se tornava um bar frequentado por pessoas lésbicas.

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Por lá, elas se divertiam, conheciam outras lésbicas, flertavam, bebiam, dançavam, enfim, era um lugar de entretenimento. Mas, também, de muita política. Vale lembrar que, naquela época, a homofobia ainda não era considerada crime no Brasil, então a discriminação era ainda maior do que hoje em dia.

Havia muitos grupos políticos formados por pessoas lésbicas e um deles, o Grupo Ação Lésbica-Feminista (GALF), vendia no bar o “ChanacomChana”, uma publicação com foco no movimento lésbico.

Só que na semana do dia 19 de agosto de 1983, a administração do Ferro's Bar decidiu proibir a venda desse periódico por lá, o que representou uma afronta e um desrespeito ao público de pessoas lésbicas que consumia no local.

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Foi então que elas organizaram um protesto no bar (foi esse episódio que ficou conhecido como o "Stonewall Brasileiro"). A pressão foi tanta que a administração teve que voltar atrás e permitir que o GALF continuasse vendendo o seu periódico e as lésbicas seguissem frequentando o bar.

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Nesta época, o movimento lésbico tinha muitas representantes que foram pioneiras na luta por direitos no Brasil. Uma delas foi Rosely Roth, filósofa e antropóloga que criou o GALF, ao lado de outras mulheres.

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Rosely não só foi uma das lideranças do protesto no Ferro's Bar, como também dedicou a sua vida inteira ao movimento lésbico. Ela faleceu em 2003.

Ao seu lado na criação do GALF, estava Miriam Martinho, tradutora e letrista. Foi ela que criou o jornal "ChanacomChana".

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Miriam está viva e segue atuando em prol dos direitos humanos.

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Outra data importante para o movimento lésbico é o dia 29 de agosto, considerado o Dia da Visibilidade Lésbica.

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Ela foi escolhida como uma homenagem ao 1º Seminário Nacional de Lésbicas, que aconteceu em 1996. Ainda hoje, a data é usada para reivindicar políticas e direitos para as lésbicas brasileiras.

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