Cineastas preparam documentário que acusa Bolsonaro de negligência durante a pandemia
"Eles poderiam estar vivos" estreia hoje em eventos simultâneos e estará disponível no YouTube.
Os irmãos Mesquita são os criadores de “Eles poderiam estar vivos”, o documentário sobre a pandemia que estreia nesta quinta (22/09) em eventos simultâneos na PUC (São Paulo), na UnB (Brasília) e na University of British Columbia (Canadá). Depois, o documentário estará disponível de graça na plataforma YouTube. Conversamos com o cineasta Gabriel Mesquita para saber como surgiu a ideia de registrar esse momento histórico.


EPEV
Literalmente com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, os irmãos Mesquita chegam em Brasília justamente no dia de inauguração do Memorial às Vítimas da COVID-19:
“Meu equipamento tinha sido roubado, pedi uma câmera emprestada e ela nem tinha tripé. Mesmo assim, fomos até o Senado. Chegar em plena inauguração do memorial mostrou que deveríamos focar o filme na dor das pessoas.”
Antes de viajar até Brasília, os Mesquita já estavam decididos a fazer um documentário sobre a pandemia e principalmente sobre o caso do Brasil:
“Eu sempre me perguntava como as pessoas que viveram durante a 2a Guerra, na Alemanha fascista, deixaram aquilo acontecer, deixaram o terror chegar ao poder. Meu irmão é jornalista, nós não queríamos ser como essas pessoas.”
A ideia do filme foi surgindo com uma insatisfação a respeito de como nossos governantes lidaram com a pandemia:
“Assim que a pandemia começou, a gente sabia que o Brasil poderia ser um exemplo de excelência em vacinar o povo com rapidez. Mas, com o governo Bolsonaro, logo ficou claro que isso seria impossível. Depois, chegou a CPI. Ficamos viciados em acompanhar a CPI da COVID-19 e, sem perceber, já estávamos criando conteúdo. Assim, o filme surgiu naturalmente.”