Crítica: o "BBB23" tem tudo para não ser igual aquele que passou...

O “Big Brother Brasil 23” estreou nesta segunda, 16/01, com a clara sinalização de que os responsáveis pelo programa entenderam as críticas e trabalharam para corrigir os problemas do reality na atual temporada. Depois de um "BBB22" morno, que deixou nos fãs do reality um gostinho de decepção, a atração voltou ao horário nobre da TV Globo com tudo para recuperar o prestígio digno de temporadas históricas.

A começar pela formação do elenco. Se faltam grandes nomes de apelo midiático - o que a emissora afirma não ter sido um critério para a escolha dos integrantes do Camarote - sobram personagens carismáticos, com boas histórias de vida e que aparentam estar realmente disponíveis para mergulhar no jogo. Nesse quesito, as menções honrosas vão para Tina e Gabriel Tavares. Poucas horas depois de entrar na casa, a angolana já puxou conversa sobre voto com o parceiro de dupla, MC Guimê, um tanto desconfortável com a prosa, é verdade. Egresso da Casa de Vidro - e dono de uma engajada torcida nas redes sociais - Gabriel também teceu comentários sobre o jogo e já deixou claro que não está confinado em Curicica para fazer amizades. Uma diferença e tanto em relação ao clima de Disneylândia - ou Abravalândia - da temporada passada. 

Outros brothers se destacaram por conta do carisma. Bruno, fã confesso de Lady Gaga, chegou a ser comparado a Gil do Vigor, o lendário ex-BBB cujo nome, aliás, poderia virar um sinônimo de graça e magnetismo pessoal. Cheguei a perguntar ao próprio Gil sobre essas semelhanças e o pernambucano me contou, no “Space do Muka”, no Twitter, que pode ser parente do alagoana da atual edição. “Temos o mesmo sobrenome”, lembrou, em alusão ao Nogueira. No entanto, a comparação, é bom que se diga, é injusta com Bruno: com o programa tão no começo, estabelecer um paralelo com um ex-brother mais icônico de todos os tempos pode parecer perigoso; sobretudo quando vierem à tona as inevitáveis diferenças entre os dois. Por ora, não houve quem não tenha se divertido com as vezes em que o atendente de farmácia arrastou Aline Whirley pela casa, quase arrancando o braço da cantora. Aliás, cabe aplaudir a paciência da eterna Rouge: conheço gente que, por muito menos, já teria dado um fecho no empolgado colega de confinamento…

O agroboy Gustavo é outro que caiu nas graças do público, com direito a nome ocupando duas posições nos trending topics. As piadas de tiozão, associadas à bela estampa do boy padrão parecem ter cativado parte considerável da audiência. Franco-atirador, o brother já fez de Key seu alvo preferencial e não dispensou uma oportunidade de jogar seu charme peculiar pra cima da jogadora de vôlei. Mas, se é agro é pop, é tech e é flerte, Gustavo chegou para mostrar que agro também pode ser treta, e já assumiu uma rivalidade promissora com Bruna Griphao durante a prova. A loira, aliás, é outro nome muito comentado. Falante, expansiva e intensa, chegou a dizer que queria “esfolar” a cara do mato grossense. Paz e amor? Pelo visto, não teremos!

A dinâmica do jogo em duplas nessa primeira semana foi um acerto e tanto de Boninho e sua equipe. Unidos pelos braços, os pares precisam pensar em critérios para a votação - que também será realizada em dupla - e, por isso, os papos sobre jogo estão a todo vapor. Fred Nicácio e Marília, aliás, já aparecem como opção de pelo menos duas duplas adversárias. A conferir.

Também é digna de elogio a opção por uma prova de resistência, valendo imunidade, logo na estreia. Antecipei todos os detalhes no Twitter e, como anunciei, a disputa foi um ingrediente importantíssimo para mostrar - ao elenco e ao público - que este BBB não será igual aquele que passou. E essa é uma ótima notícia!