Este vídeo de "pegadinha" com travestis reflete quão longe estamos de entender a transfobia

Reynold Romão se passou por policial disfarçado e fez revista em travesti na rua.

Durante a "brincadeira", Reynold se traveste, finge querer disputar o ponto de prostituição e arruma briga com travestis.

Reprodução/Youtube / Via youtube.com

Diante das provocações, as garotas de programa partem para a violência e expulsam Reynold do local. A câmera captura estes momentos, inclusive com Reynold correndo delas.

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Porém, a "pegadinha" que mais viralizou traz Reynold se passando por policial disfarçado, assediando e intimidando uma travesti de nome Natasha durante uma revista íntima.

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Ele abre as pernas da travesti e manda ela "abrir o cu". Em seguida, a travesti desconfia da armação e pede pra ver a identificação dele.

Esta personagem de Reynold se chama Jéssica e já apareceu em outros vídeos dele se passando por garota de programa para "trollar" caras na rua.

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Dados da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) mostram a exclusão da população trans no mercado de trabalho e afirmam que cerca de 90% das pessoas trans no Brasil acabam recorrendo à prostituição.

Já segundo a ONG Transgender Europe, o Brasil lidera em número de registros de homicídios de pessoas transgêneras.

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Nos comentários, o público de Romão parece ter adorado a "piada" com travestis, chamando-as de "traveco".

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Mas, apesar da sua popularidade, algumas pessoas expressaram seu repúdio ao conteúdo do vídeo.

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A crítica é à exploração da imagem de uma população marginalizada para se promover.

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E ao desserviço das "piadas" à comunidade LGBTQ.

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A assessoria de Reynold Romão afirmou em nota que o vídeo é apenas "um desafio proposto por um dos internautas" produzido para o entretenimento e o humor. E acrescentou que "todos os vídeos só vão ao ar após serem autorizados pelos participantes".

Mas Reynold não é o único. Uma busca no YouTube mostra diversos vídeos com milhões de views se referindo a "travecos" e "roubo de ponto".

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Os vídeos exploram a violência e a imagem de travestis com títulos como "mexi com quem estava quieto e olha no que deu", "deu merda" e "parei no hospital".

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Em nota, o YouTube afirmou que não comenta casos isolados e que o usuário "pode sinalizar um conteúdo que considere impróprio, ou então que julgue violar alguma de nossas políticas, usando nossas ferramentas de denúncia".

Em suas diretrizes, o YouTube afirma que: "Atitudes como comportamento predatório, perseguição, ameaças, assédio, intimidação e incitação de atos violentos ou de violações dos Termos de Uso são levadas muito a sério. Qualquer pessoa flagrada em uma dessas situações pode ser banida permanentemente do YouTube."

O post foi atualizado em (03/08/18) 17:40

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