Entenda o que é Ratanabá, o motivo de o assunto estar em alta e por que você não deve acreditar nessa história
Mais alguém sentiu cheiro de cortina de fumaça?
Cássia Miranda
Há 2 anos
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Nos últimos dias, a palavra "Ratanabá", nome de uma suposta cidade perdida na Amazônia e recentemente descoberta por arqueólogos, esteve entre os assuntos mais comentados no Twitter e TikTok.
Reprodução/Instagram
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Não por acaso, a teoria da conspiração – ou fake news – foi desenterrada no mesmo momento em que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips estavam desaparecidos na Amazônia. Deste modo, apoiadores do governo tentaram desviar as atenções do assunto de maior urgência do momento.
Eu ouvi cortina de fumaça?
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A empresa Dakila Pesquisas é uma das grandes responsáveis pelo espalhamento da teoria sobre a existência de uma suposta cidade perdida na Amazônia.
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A empresa pertence a Urandir Fernandes de Oliveira, o mesmo que se diz "paranormal" e principal interlocutor do "ET Bilu".
Segundo ele, a cidade seria a "capital do mundo."
Reprodução/Instagram
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O empresário foi recebido em 2020 pelo agora candidato a deputado federal Mario Frias (PL) quando este ainda era secretário especial da Cultura.
Na última terça-feira (14), Frias falou sobre o assunto no Twitter. Em uma thread, o ex-ator disse que enquanto ainda fazia parte do governo pretendia ir pessoalmente visitar os locais em que a empresa de Urandir diz ter encontrado evidências de Ratanabá, mas que isso não foi possível por conta de um "pré-infarto" sofrido por ele.
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Em entrevista à BBC Brasil, o arqueólogo Eduardo Goés Neves afirmou que as teorias infundadas divulgadas por Urandir, Frias e seguidores de Bolsonaro não fazem o menor sentido.
"Para ter ideia, nem os dinossauros existiam há 350 milhões de anos. Nossos ancestrais mais antigos viveram há mais ou menos 6 milhões de anos. Mas a nossa espécie mesmo, o Homo sapiens sapiens, surgiu há 350 mil anos na África", comenta o professor do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Laboratório de Arqueologia dos Trópicos do Museu de Arqueologia e Etnologia da mesma instituição.
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