Bolsonaro sai de cena, mas deixa legado nefasto para o Brasil

O cenário é de terra arrasada nas mais diferentes áreas.

Depois de quatro anos, partir deste domingo (1º), podemos nos referir a Jair Bolsonaro (PL) como ex-presidente do Brasil, país que ele deixou na última sexta-feira (30), quando viajou para os Estados Unidos.

TERCIO TEIXEIRA/AFP via Getty Images

Se Bolsonaro já não está no cargo máximo da política brasileira, seu legado – nada positivo –, infelizmente, ficará entre nós por um bom tempo.

Essa, aliás, será uma das mais árduas missões do novo governo de Lula (PT): reconstruir o Brasil, arrasado em áreas como saúde, cultua, meio ambiente e economia durante a gestão bolsonarista.

EVARISTO SA/AFP via Getty Images

Veja, abaixo, um pouco do legado nefasto deixado por Bolsonaro aos brasileiros:

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1. População armada.

 Andre Borges/picture alliance via Getty Images

Desde que assumiu o governo, Bolsonaro editou mais de 40 decretos para facilitar o acesso da população a armas, segundo relatório do Instituto Sou da Paz.

De acordo com o instituto, armas de CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), segundo dados obtidos por Lei de Acesso à Informação, eram 290 mil em 2017, passando para mais de 1 milhão em julho de 2022. No mesmo período, as armas registradas na Polícia Federal, na categoria de Defesa Pessoal, saltaram de 328 mil para 891 mil.

2. Liberação de agrotóxicos como nunca antes.

Nunca antes na história do Brasil houve tanto agrotóxico liberado. Dezenas deles, inclusive, são proibidos na Europa e nos Estados Unidos. Ao longo dos quatro anos, foram mais de 1.500 pesticidas autorizados no território nacional.

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3. Desmonte da Cultura.

 Carolina Antunes/PR/

Antes mesmo de assumir o governo, Bolsonaro indicou que não pretendia valorizar o setor cultural. Tanto é, que reduziu um ministério que já teve Gilberto Gil como chefe, a uma pasta comandada por nomes como Regina Duarte e Mário Frias.

Nos últimos quatro anos, editais foram cancelados, a Lei Rouanet foi estrangulada e muito dinheiro público deixou de ser investido em setores como o audiovisual.

4. Desmatamento recorde.

MICHAEL DANTAS/AFP via Getty Images

O governo Bolsonaro entrará para a história como a gestão que defendeu "passar a boiada" no setor ambiental, simplificando normas ambientais, afrouxando a proteção a áreas de preservação ambiental e fazendo vista grossa ao garimpo em terras indígenas, por exemplo.

Não por acaso, assistimos a diversas quebras de recorde de desmatamento na Amazônia nos últimos quatro anos. Sem falar nas queimadas.

Segundo o Inpe, em 2022, foram mais de 10 mil km² de floresta amazônica derrubada, ou sob alerta de desmatamento. Isso faz com que o último ano da gestão Bolsonaro tenha sido o mais destrutivo da história recente do bioma.

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5. Educação estrangulada.

Fabio Vieira/FotoRua/NurPhoto via Getty Images

Em quatro anos, Bolsonaro nomeou cinco ministros para a pasta da Educação. A alta rotatividade é um dos indícios de falta de projeto para esse que é um dos ministérios mais importantes para o Brasil.

No período, houve corte de verbas para pesquisa nas universidades, atraso de bolsas, ministro com currículo falso, intervenção na nomeação de reitores nas federais e o escândalo do "bolsolão do MEC".

6. Fome voltou à mesa.

CARL DE SOUZA/AFP via Getty Images

Em 2022, depois de oito anos fora da lista, o Brasil voltou ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU).

O Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil apontou que 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer (isso representa 14 milhões de novos brasileiros passando fome). De acordo com o estudo, mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com a insegurança alimentar em algum grau: leve, moderado ou grave.

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7. Quase 700 mil mortos pela covid-19.

Diego Radames/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

O negacionismo durante a pandemia de covid-19 foi a marca mais profunda deixada por Bolsonaro na Saúde. Enquanto o ex-presidente brasileiro desfilava sem máscara, pregava contra o distanciamento social, ria de pessoas com falta de ar, atrasava a compra de vacinas, defendia um remédio sem eficácia, milhares de pessoas morriam por causa da pandemia de covid-19. Até o último dia de 2022, 694 mil pessoas haviam falecido vítimas da doença.

Foto de capa: Andressa Anholete/Getty Images

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