11 pessoas contam em que momento foram homofóbicas

"Eu era uma pessoa ruim com aqueles que estavam fora do armário e felizes."

Perguntamos aos membros do grupo do BuzzFeed Brasil no Facebook se eles já haviam tomado uma atitude que, mais tarde, perceberam ter sido homofóbica. Estes são alguns dos relatos que recebemos.

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1. "Fiquei indignado quando meu melhor amigo contou que era gay."

"Na época eu dividia um apartamento com meu melhor amigo. Um dia ele me chamou para conversar e contou que era gay e que já esteve a fim de mim no passado. Tive a pior reação: fiquei indignado, falei que não seria mais seu amigo e que procuraria outro lugar pra morar. Me arrependi no momento seguinte, mas não me desculpei imediatamente. Só fiz isso quando vi ele de malas prontas dois dias depois do meu chilique. Ele se mudou, nossa relação ficou abalada por muito tempo (acho que até hoje), mas felizmente hoje ainda posso chamá-lo de melhor amigo e ainda cometo a 'heterice' de chamar o marido dele de ajeitadão." — Anônimo

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2. "Aprendi que eu tinha medo de ser reconhecido entre aqueles que eu internamente repudiava."

"Pensei de forma homofóbica e agi de forma homofóbica não agressivamente, mas igualmente vergonhosa, como me afastar de pessoas no supermercado, por exemplo. Essas atitudes idiotas que fazemos por repetição, aquilo que aprendemos a fazer, aquilo que esperam que façamos. Felizmente entrei na faculdade, fui morar fora, aprendi a ser adulto e aprendi que que todo amor é válido. Aprendi que eu tinha medo de ser reconhecido entre aqueles que eu internamente repudiava. Aprendi a aceitar meus sentimentos e enfrentar os meus medos, minha homofobia internalizada. Reconhecer esta autossabotagem foi libertador." — Anônimo

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3. "Pedi a um amigo que não beijasse o namorado na minha frente."

"Falei pra um amigo, que se assumiu gay e já namorava aos 14, que eu achava muito legal o namoro deles, mas pedi que não se beijassem na minha frente. Ainda bem que pouco tempo depois eu já me dei conta do tamanho do absurdo que eu disse. Hoje, quase seis anos depois, minha postura/opinião é muuuuito diferente e eu ainda fico chocada como fui capaz de dizer isso. Vivendo, aprendendo e evoluindo, né non?" — Anônima

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4. "Eu dizia que seria jogadora de futebol, mas nunca lésbica."

"Quando criança eu jogava futebol e sempre me diziam que um dia eu seria igual à Marta. Eu rebatia dizendo que seria igual somente no futebol, porque ela era lésbica (não sei de onde eu tirei isso) e eu não queria ser isso. Hoje eu não jogo mais futebol, mas sou uma bela de uma sapatão." — Anônima

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5. "Morri de rir com o 'escândalo' do Ronaldo com travestis."

"Quando houve o 'escândalo' na mídia porque o Ronaldo tinha estado com algumas travestis, em 2008, eu morri de rir, achei graça, usei a palavra 'traveco' etc. Hoje, passados anos, leituras, conhecimentos diversos, eu vejo que ele estava com mulheres. PONTO. Mudei pensamento, conceitos, atitudes, postura." — Fernanda Gibran

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6. "Eu me sentia extremamente mal perto de homossexuais afeminados."

"Eu sou homossexual, mas, como muitos pensam que não, a comunidade LGBT também pode ser homofóbica. Eu estudava com um homossexual afeminado e me sentia extremamente mal perto dele, pois não gostava de afeminados. Eu sempre fazia alguma brincadeira de mau gosto com ele. Mal sabia eu que anos depois eu me tornaria um gay afeminado também (ironia do destino) e me sinto muito mal por ter feito isso a ele." — Anônimo

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7. "Perdi a conta de quantos comentários homofóbicos já fiz."

"Cara, eu não consigo nem contar quantas vezes já contei piadas ou fiz comentários homofóbicos em rodinhas de amigos ou entre a família. Agora que descobri a minha sexualidade, deixando de lado o pensamento antigo, tô me sentindo horrível. Sinto muito ter precisado sentir atração pelo mesmo sexo para ter respeito e educação." — Anônimo

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8. "Eu era daquelas meninas que chamava o Justin Bieber de 'bichinha'."

"Eu era daquelas meninas que chamava o Justin Bieber de 'bichinha' quando era mais nova, mas odiava se chamassem o One Direction assim porque deles eu era fã, e ser gay era insulto. Quando tinha uns 13 anos, me afastei de algumas amigas porque eram lésbicas. Na cidade onde eu morava, lugar pequeno, tinha medo de ser vista com alguma pessoa LGBTQ e pensarem que eu era também. Hoje eu olho pra trás e penso 'porra, menina, pra que tu era assim?' No meu círculo atual de amigos todos são LGBTQ (dois bi e uma pan), e são as melhores pessoas que já conheci." — Anônima

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9. "Eu achava muito legal que eles me 'respeitavam' não se beijando na minha frente.'

"Um colega de um curso que eu fazia contou pra mim e mais uma amiga que era gay. Eu disse que tudo bem, que não era problema algum pra mim, que inclusive eu trabalhava com um casal gay, gostava muito deles e que achava muito legal porque eles me 'respeitavam' não se beijando na minha frente. Depois de um tempo percebi o quão imbecil eu fui nessa fala e repensei o meu comportamento perante eles. Infelizmente nunca tive a oportunidade de me desculpar com os três, então cuido para não repetir os mesmos erros." — Sthefani da Gama

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10. "A mãe da garota ameaçou me levar à delegacia, mas eu achava que estava fazendo a coisa certa."

"Eu estava com 14 anos, na escola, quando uma colega de turma começou a ficar com uma garota. Eu morava em uma cidade do interior, onde você aprende desde cedo aquele discurso de que é errado, então eu cresci com essa ideia. Eu comecei a pegar no pé da menina, chamá-la de sapatão e tudo mais. A mãe da garota ameaçou me levar à delegacia e eu parei. Mas naquele momento achava que estava fazendo a coisa certa. Passaram-se alguns anos, vim fazer faculdade em uma cidade maior, comecei a frequentar as festas da faculdade e fui descobrindo o quanto era errado aquele preconceito que eu reproduzia. Me descobri bissexual e estou literalmente pagando com a minha língua." — Anônimo

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11. "Eu era uma pessoa ruim com aqueles que estavam fora do armário e felizes."

"Sou lésbica, e desde os oito anos de idade sabia disso (descobri vendo 'Mulheres Apaixonadas'). Mas, por ter uma família que na época era muito conservadora e homofóbica, eu me reprimia ao máximo, ao ponto de ser uma pessoa ruim com aqueles que estavam fora do armário e felizes. Um exemplo: quando eu estava no segundo ano do ensino médio, entrou uma mocinha abertamente lésbica na minha sala. Eu a maltratava muito e me recusava a sentar ao lado dela. Meu medo era de que ela refletisse o quão lésbica eu era — as pessoas já me zoavam porque era nítida a minha lesbicidade, imagine se eu andasse com ela. Me arrependo e muito." — Anônima

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BuzzFeed Brasil

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