5 temas e posicionamentos que precisam ser prioridade no próximo debate entre os candidatos à Presidência

Perdeu? A gente te mostra como assistir!

O primeiro debate presidencial das eleições de 2022 foi realizado na noite de domingo (28). Estiveram presentes os seguintes candidatos: Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe d'Ávila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil).

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O evento foi promovido por UOL, Band, Folha e TV Cultura.

Caso você tenha perdido, pode assistir aqui:

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Listamos abaixo cinco lições que precisam ser consideradas para os próximos encontros entre os presidenciáveis. O próximo debate, aliás, já tem data marcada: 14 de setembro (com organização de O Globo, Valor, Folha de S.Paulo, Estadão, UOL e G1).

1. Questões de gênero precisam estar na pauta.

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Alguns dos momentos mais quentes e interessantes do debate ocorreram em torno da temática de gênero, seja sobre representatividade nos ministérios, misoginia ou feminismo. Mesmo quando o assunto era economia, por exemplo, a pauta de gênero foi lembrada (seja quando o tópico era desvalorização das mulheres no mercado de trabalho ou endividamento das brasileiras) e isso é um ponto positivo.

É, inclusive, estratégico para os candidatos, já que 52,65% do eleitorado é composto por mulheres.

Mas ainda não é o bastante. É preciso saber o que os candidatos pensam sobre violência de gênero e transfobia, por exemplo. É preciso que se manifestem sobre paridade no governo, políticas em defesa das mulheres e sobre seus projetos para diminuir a violência de gênero no Brasil, país que mais mata pessoas trans e que acumula, ano a ano, uma taxa altíssima de feminicídio.

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2. Mulheres são fundamentais.

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Embora em diversos momentos tenham sido escanteadas pelos homens e não sido as primeiras escolhas para responder às perguntas, Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) foram decisivas para o debate de ontem.

Ambas enfrentaram o presidente Jair Bolsonaro (PL) após ataque misógeno feito por ele contra a jornalista Vera Magalhães. "Quero dizer diretamente ao presidente da República: eu não tenho medo de você", disse Tebet. Além disso, assim que tiveram a palavra, ambas prestaram solidariedade à jornalista atacada pelo candidato à reeleição.

Além do enfrentamento, em certos momentos, as duas também foram a bússola do debate. Se a discussão descambava para bate-boca entre os líderes das pesquisas, as duas senadoras re-centralizavam a discussão de maneira propositiva, como se espera.

Mulheres na política são fundamentais. Em debates, também.

3. Ataques à imprensa não devem ser tolerados.

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Após ser questionado pela jornalista Vera Magalhães sobre cobertura vacinal (numa pergunta direcionada a Ciro Gomes (PDT) e que deveria ser comentada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), o candidato à reeleição atacou de maneira vil a jornalista.

"Acho que você [Vera Magalhães] dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro", disse ele.

Não é a primeira vez que Bolsonaro ataca Vera verbalmente. O que reforça seu histórico misógino.

Na internet, logo vieram as manifestações de apoio e solidariedade a Vera, que também foram feitas pelas duas candidatas mulheres presentes no debate.

Mas faltou que a organização do debate se posicionasse em defessa da jornalista e da atuação da imprensa. Ataques à imprensa não deveriam ser tolerados em qualquer situação, muito menos em um evento organizado por veículos de... imprensa.

Também faltou que os homens também se posicionassem. Lula, Ciro e Luiz Felipe d'Avila (Novo) erraram ao não prestar solidariedade a Vera e criticar Bolsonaro.

Esse era um momento para isolar o atual presidente. Para os outros cinco candidatos se colocaram como antagonistas a tal comportamento abjeto, machista e autoritário. Perderam a chance.

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