Ele é senador, instrutor da SWAT e treina policiais? Entenda a tal empresa de Marcos do Val

A empresa do senador se manteve viva, ele até fala dela em seu perfil no Twitter, mas o que ela está fazendo?

Publicado por Deinha Mendes e Dr. Pândego

Além de suposto membro honorário da SWAT, polícia tática dos EUA, o senador Marcos do Val se apresenta no Twitter como fundador de uma empresa. Mas que empresa é essa? E por que, depois de 4 anos como Senador, ele mantém a este negócio personalíssimo em sua rede social?

No site da Junta Comercial do Estado do Espírito Santo consta que a empresa do senador foi registrada em 2004.

Reprodução Junta Comercial do Espírito Santo

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A data da criação na Junta Comercial não coincide com a data de inscrição no CNPJ. Provavelmente era microempreendedor individual e converteu em empresa em 2004.

Reprodução Receita Federal

O endereço da empresa seria no terceiro andar desta casa no Espírito Santo, onde também funcionariam uma outra empresa e algo vinculado a uma entidade religiosa.

Reprodução Google Maps

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Fomos pesquisar quem está no mesmo endereço. Sobre a Capela, não conseguimos muitas informações, apenas comentários do Google de pouco antes da eleição de 2018.

Reprodução Google

Sobre a empresa que funciona no mesmo endereço, um dos sócios, Aldeci Lima de Carvalho, parece ser muito próximo de Do Val. Houve até um processo que terminou sendo arquivado de Título de Cidadão Espírito-Santense ao amigo de Do Val na Assembleia Legislativa do ES.

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No site de prestação de contas do TSE para a campanha de 2018, consta que Aldeci foi voluntariamente coordenador de campanha de Senador Marcos Do Val naquela eleição. O endereço residencial de Aldeci é no Espírito Santo.

Reprodução TSE

Não conseguimos verificar se houve contratação por ente público da empresa do senador. É como se ela nunca tivesse existido depois de uma certa data, antes da eleição, o que é curioso. E o site da empresa é assim:

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No Registro.br, houve alteração em 15 de dezembro de 2022, bem próximo da data em que supostamente Do Val teria dito que se encontraria com Alexandre de Moraes. Até o momento deste levantamento, 6 de fevereiro de 2023, o responsável ainda era Do Val.

Reprodução Registro.br

É possível ver no print anterior que há um responsável técnico pelo domínio da empresa fundada pelo Do Val: o mundo é redondo e voltamos para o Aldeci. Será que ele recebe para fornecer desde endereço até responsabilidade técnica?

Reprodução Registro.br

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O endereço de e-mail do responsável técnico do domínio da empresa fundada pelo Do Val, omitido no print acima, parece ser do atual sócio administrador da empresa, conforme o registro na Junta Comercial do Espírito Santo. Em 2022 ele prestou serviços à campanha de outro candidato ao Senado pelo mesmo Estado, fio que puxaremos depois.

Reprodução TSE

Já chegando ao fim. Omitiremos o nome dos sócios-administradores da empresa fundada por Do Val para não expor ninguém, mas há um detalhe muito importante - o print é claro o suficiente. Pesquisamos pelo CPF e um deles, que teria recebido pagamento de candidato ao Senado em 2022 como mostramos acima, consta como tendo recebido auxílio emergencial na pandemia.

Reprodução Portal da Transparência

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O segundo, sujeito a confirmações adicionais, que seria sócio de outra empresa, recebeu um pequeno pagamento por fornecimento de motor de portão do Comando da Marinha em 2020.

Reprodução Portal da Transparência

Pesquisamos também informações no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. A empresa fundada pelo Marcos do Val esteve envolvida em aproximadamente uns 15 processos. E surpreende também a informação a respeito do primeiro processo, de 2001, de antes da criação da empresa na Junta Comercial, o que reforça que ela operava sob outra forma, talvez a antiga forma de MEI.

Reprodução TJ-ES

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Além de uma treta com outra empresa que também usa o nome CATI, achamos até um processo de um Centro de Treinamento de Técnicas e Táticas Especiais contra a empresa criada por Marcos do Val.

Reprodução TJ-ES

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