A Netflix pagou 320 mil dólares para a golpista que inspirou "Inventando Anna". Eis como ela gastou essa grana
A plataforma enfiou a mão no bolso.
Se você esteve fuçando a Netflix recentemente, há grandes chances de ter se deparado com a nova série "Inventando Anna", que atualmente é a mais assistida no Brasil.
Nicole Rivelli / Netflix
Produzida e escrita por Shonda Rhimes e sua equipe, "Inventando Anna" conta a história real de Anna "Delvey" Sorokin, a lendária "herdeira alemã" do Instagram, que roubou os corações da alta sociedade de Nova York - e também muito de seu dinheiro. A série conta a história de Anna e da jornalista que a investiga.
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O seriado é baseado na incrível matéria publicada por Jessica Pressler para "The Cut" em 2018, que detalhava como Anna Delvey alcançou a fama e como usou sua identidade falsa de herdeira alemã com um fundo fiduciário de US$ 60 milhões para roubar muito dinheiro e fraudar várias instituições financeiras.
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A reportagem de Jessica parece ter sido escrita de maneira perfeita para uma adaptação de TV ou filme - até Julia Garner achou isso em 2018. Ela contou ao BuzzFeed: "Eu meio que tive a sensação quando li a matéria que alguém faria um projeto com isso. A história era muito boa".
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Portanto, não é nenhuma surpresa que a Netflix tenha investido tanto dinheiro para garantir os direitos da história de Anna e para que Shonda Rhimes e sua equipe criassem "Inventando Anna".
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De acordo com o "Insider", a Netflix pagou 320 mil dólares a Anna Sorokin "para adaptar sua história de vida em uma série de TV", com parte do dinheiro tendo sido usado para pagar várias multas e impostos.
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"O que? Então agora você se importa comigo?"
"Não, não sou sua amiga. Você não precisa gostar de mim, sou uma jornalista. Eu quero algo seu, eu quero essa história. E eu posso te dar o que você quer, em retorno."
"E... O que você acha que eu quero?"
Segundo a matéria publicada pela "Insider", Anna usou "199 mil dólares do dinheiro para pagar sua restituição aos bancos" e os outros 24 mil foram usados para liquidar as multas estaduais que ela tinha.
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Além desses 223 mil que Anna usou para pagar suas multas, a "Insider" afirma que ela também "pagou 75 mil dólares em honorários de advogados e provavelmente acabará devendo mais pagamentos no decorrer de seu caso judicial".
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Em 2019, a justiça de Nova York congelou os fundos de Anna, aplicando a lei "Son of Sam", que foi aprovada em 1977 e criada para impedir que condenados lucrassem com seus crimes. A lei foi posta em prática depois que o serial killer David Berkowitz, também conhecido como Filho de Sam, recebeu uma oferta de dinheiro para um livro revelador. Então, no caso de Anna, o governo “exerceu o direito de confiscar seu dinheiro” em 2020.
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No entanto, de acordo com o "Insider", como Anna estava usando sua poupança para pagar a suas vítimas, um juiz do condado de Albany ordenou recentemente que descongelassem a conta bancária da falsa herdeira e "permitisse que ela usasse seu dinheiro antes de sua saída da prisão".
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Anna também concordou em pagar 70 mil dólares em dívidas para o Citibank, uma das muitas instituições financeiras de quem ela roubou e, de acordo com o "Wall Street Journal", Anna já havia pago os 100 mil dólares que devia ao City National Bank.
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Em fevereiro de 2021, Anna cumpriu sua pena e deixou a prisão após sua condenação em abril de 2019.
No fim das contas, sobrará muito pouco dinheiro do pagamento da Netflix pelos direitos de sua história.
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Além disso, Anna não foi a única a ser paga por sua história. Em 2019, o "Insider" informou que a ex-escritora da "Vanity Fair", Rachel Williams, que é interpretada por Katie Lowes em "Inventando Anna", recebeu 300 mil dólares da editora Simon & Schuster por seu livro "My Friend Anna".
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Rachel recebeu 35 mil dólares da HBO para que seu livro fosse usado em um projeto de Lena Dunham. No entanto, de acordo com o blog de Rachel, o contrato já expirou "e o projeto não está mais em andamento".
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Depois que "Inventando Anna" foi lançado pela Netflix, Rachel criticou o streaming por pagar Anna Sorokin. Ela disse à "Vanity Fair": "Acho que promover toda essa narrativa e celebrar uma criminosa, sociopata e narcisista é errado".
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Rachel também disse que a Netflix e Shonda Rhimes estão enganadas, caso acreditem que Anna é "uma pessoa especial e até inspiradora".
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