Zuckerberg diz que notícias falsas no Facebook não impactaram eleição

Algoritmo usado pela plataforma ajudou na promoção de boatos sobre Hillary Clinton e Donald Trump. No entanto, criador da rede social acredita que o impacto disso foi limitado.

Paul Sakuma for Techonomy

O diretor-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, rejeitou as críticas de que a promoção de notícias falsas e pró-Trump na rede social podem ter afetado o resultado da eleição presidencial nos EUA. "Acho que a ideia de que notícias falsas no Facebook — que são apenas uma pequena fração do conteúdo da plataforma — influenciaram de qualquer maneira as eleições é algo insano", afirmou.

Nos meses que antecederam o dia da eleição, notícias falsas se propagaram pelo Facebook. A ferramenta Trending da rede social, gerida por algoritmos, deu destaque, repetidas vezes, a mentiras. Páginas políticas totalmente tendenciosas acumularam centenas de milhares de comentários e curtidas com histórias sensacionalistas e falaciosas sobre Hillary Clinton e Donald Trump. E muitas dessas matérias que viralizaram foram feitas por adolescentes da Macedônia que lucraram bastante ao apostar na rede social, como revelou o BuzzFeed News.

Zuckerberg discursou na Techonomy, conferência de ciências, negócios e tecnologia, dois dias após a eleição. “Acho que, em parte, as pessoas estão buscando compreender os resultados da eleição”, disse. “Acredito que há uma profunda falta de empatia na afirmação de que a única razão pela qual alguém votou como votou é porque viu algumas notícias falsas.”

“Os eleitores tomam decisões baseadas em suas experiências de vida”, acrescentou.

Zuckerberg observou que a circulação de notícias falsas na web também não é um fenômeno recente. “Já houve muitas notícias falsas na internet, notícias falsas antes”, afirmou. “E fazemos tudo para que as pessoas possam denunciar isso.”

Ele ainda argumentou que, se comparados a veículos de imprensa tradicionais, os feeds do Facebook expõem as pessoas a opiniões mais diversificadas — não sendo simplesmente "bolhas" de opiniões. "A variedade de informações às quais você tem acesso por meio de um sistema como o Facebook é, naturalmente, mais diversificada do que a que você teria se se limitasse a assistir a um canal de TV 20 anos atrás", afirmou.

Pela manhã, um porta-voz do Facebook disse ao BuzzFeed News: “Apesar de o Facebook ter desempenhado um papel nessa eleição, ele foi apenas uma das muitas maneiras usadas pelas pessoas para receber informações – e também uma das diversas maneiras que as pessoas utilizaram para entrar em contato com os seus líderes, participar do processo político e compartilhar suas opiniões.”

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