"Mamata Frias": Secretário da Cultura gastou R$ 39 mil em viagem para falar com jiujiteiro em NY

A "mamata" está cada vez mais viva no governo Bolsonaro. Reportagem do Globo revelou que o secretário da Cultura, Mário Frias, gastou R$ 39 mil dos cofres públicos para tratar de um "projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte" com o lutador de jiu-jítsu bolsonarista Renzo Gracie em Nova York.

Mas isso não é tudo. Frias ainda gastou R$ 1.849 em um teste PCR nos EUA. O valor pago por ele foi ressarcido pelos cofres públicos, de acordo com o colunista Lauro Jardim.

No Twitter, a gastança foi apelidada de #MamataFrias.

Os dados sobre os gastos com a viagem, realizada entre 14 e 19 de dezembro, foram obtidos no Portal da Transparência.

A revelação vem na mesma semana em que o governo Bolsonaro limitou cachês de artistas pela Lei Rouanet a R$ 3.000.

Na viagem, Frias foi acompanhado de seu secretário-adjunto, Hélio Ferraz de Oliveira, que gastou outros R$ 39 mil. Ao todo, a tour da dupla custou cerca de R$ 78 mil. O valor equivale a 26 vezes o teto da Lei Rouanet.

Recentemente, Renzo Gracie foi biografado pelo antecessor de Frias na Secretaria de Cultura, Roberto Alvim.

Sim, aquele mesmo que foi demitido por fazer um vídeo cheio de referências ao nazismo.

Pelo Twitter, Frias disse que não pagou o valor apontado pelo Portal da Transparência pela viagem. No entanto, ele não disse quanto custou a tour nem o motivo de ter ido para Nova York.

A Folha questionou a Secretaria de Cultura sobre o que é o projeto audiovisual que motivou a viagem, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.

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