Por que Shakira, Dua Lipa e Rod Stewart decidiram boicotar a Copa do Mundo do Catar?

Mundial começa no próximo dia 20 de novembro.

Shakira foi a artista que mais recentemente recusou a oferta para participar da cerimônia de abertura da Copa do Mundo de 2022. A cantora Dua Lipa e o músico britânico Rod Stewart também já haviam recusado convites semelhantes.

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No mês passado, a Anistia Internacional, organização dedicada à defesa dos direitos humanos, divulgou seu relatório final sobre os preparativos para a Copa do Mundo de 2022. No documento, a organização afirma na reta final dos preparativos para o evento, os abusos persistem no Catar em "escala significativa".

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"Milhares de trabalhadores se deparam com problemas como atraso ou não pagamento de salários, negativa de dias de descanso, condições de trabalho inseguras, impossibilidade de troca de trabalho, acesso limitado à justiça. Além disso, milhares de mortes seguem sem investigação", citou a Anistia Internacional, em nota.

Por esse motivo, em outro relatório, a entidade cobrou que o Catar e a Fifa paguem indenizações aos trabalhadores envolvidos nas obras para a Copa do Mundo. A entidade defendeu que, para começar, a Fifa reserve US$ 440 milhões (R$ 2,1 bilhões) para isso.

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De acordo com o jornal britânico The Guardian, mais de 6.500 imigrantes que trabalhavam em obras ligadas ao mundial morreram em 10 anos durante a construção de estádios no Catar. As vítimas tinham origem da Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka.

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"Significam que uma média de 12 trabalhadores migrantes desses cinco países do sul da Ásia morreram a cada semana desde a noite de dezembro de 2010, quando as ruas de Doha estavam cheias de multidões em êxtase comemorando a vitória do Catar", diz trecho da reportagem.

Além do alto custo humano, o financeiro também motiva protestos contra o Catar. De acordo com estimativas da empresa americana de consultoria de finanças esportivas Front Office Sports, o mundial deve ter um custo de 220 bilhões de dólares, o que torna essa a Copa mais cara da história.

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Segundo o chefe do órgão do Catar encarregado de organizar o torneio, Hassan Al Thawadi, os custos de infraestrutura desde que o país foi anunciado como sede do torneio, em 2010, excederão 200 bilhões de dólares.

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Até então, a Copa mais cara havia sido a do Brasil, em 2014, com gastos em torno de 15 bilhões de dólares, seguida pela da Rússia, em 2018, que custou cerca de 11,6 bilhões de dólares, segundo a Front Office Sports.

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Por último, mas não menos importante, está o desrespeito do Catar à comunidade LGBTQIAP+. Recentemente, em entrevista à TV alemã, o ex-jogador de futebol e embaixador da Copa do Mundo do Catar, Khalid Salman, disse que a homossexualidade é um "dano mental", além de um "haram" (pecado proibido pelo islã).

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A homossexualidade é ilegal no país e pode ser punida até com pena de morte.

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Em campanha contra a discriminação, alguns capitães de seleções da Europa, entre elas Alemanha, Inglaterra e Holanda, pretendem usar braçadeiras com a bandeira do arco-íris e a mensagem "One Love" durante as partidas da Copa.

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