5 vezes que as Forças Armadas não ficaram tão bravas assim

"As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições", mas depende.

Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, Comandante da Marinha do Brasil; General de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, Comandante do Exército Brasileiro; e Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, Comandante da Força Aérea Brasileira.

Foto: Alexandre Manfrim, Igor Soares

As Forças Armadas estão desvairadas de tão ofendidos que se sentem recentemente. Culpa de um punhado de falas que por muita gente passaram batidas. Na sessão de quarta, que prendeu Roberto Dias, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz falou sobre o número de militares citados na investigação. 

"Os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo", afirmou Aziz 

"Uma coisa de que a gente não os acusava [membros das Forças Armadas] era de corrupção, mas, agora, Força Aérea Brasileira, Coronel Guerra, Coronel Elcio, General Pazuello e haja envolvimento de militares...", completou. 

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Mas isso é normal… As Forças Armadas estão sempre com muita pouca tolerância a qualquer problema envolvendo a Defesa, certo? É o modus operandi padrão, né? Bom, aparentemente não.

Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, Comandante da Marinha do Brasil; General de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, Comandante do Exército Brasileiro; e Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, Comandante da Força Aérea Brasileira.

Foto: Alexandre Manfrim, Igor Soares

Quando encontraram 39 kg de cocaína em um avião da FAB, durante viagem presidencial à Espanha.

Agência FAB / Sgt Johnson

Quando, no avião do governo encontraram BASTANTE cocaína, as reações foram beeeem mais brandas. 

O texto fala que "o  Comando da Aeronáutica reitera que repudia atos dessa natureza, que dá prioridade para a elucidação do caso e aplicação dos regulamentos cabíveis, bem como colabora com as autoridades". Tranquilo!

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Quando Pazuello resolveu participar de um evento político com Bolsonaro.

Fernando Frazão/Agencia Brasil

O Estatuto das Forças Armadas não permite que militares da ativa compareçam a manifestações políticas. 

Ainda assim, Eduardo Pazuello, general do Exército, subiu num carro de som em manifestação de apoio a Bolsonaro, em maio. Deu um problemão, né? Nada!

O comando do Exército falou que "não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar" na ação do general. Vida que segue!

E quando o nome do Roberto Dias (preso na CPI dessa quarta) apareceu envolvido com a propina, as forças armadas falaram o que? 

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Afinal, ele foi sargento da Aeronáutica e o que poderia manchar a "elevada credibilidade" que foi "conquistada ao longo dos séculos". 

Não falaram nada. Nenhuma nota no sistema do Ministério da Defesa.

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Ah, mas quando Bolsonaro homenageou Brilhante Ustra, notório torturador do exército, durante o impeachment de Dilma Rousseff, eles não toleram né?

Reprodução

Afinal, o então-deputado citou um membro do exército enquanto cometia um crime: o de apologia à tortura. 

Pois é, mas o Ministério da Defesa também não emitiu nenhuma nota na época. Que estranho. 

Falando no presidente, quando ele foi pra uma manifestação, em plena pandemia - com pessoas pedindo intervenção militar. O exército se opôs, né?

Reprodução

Afinal, pedir ditadura vai contra a Lei de Segurança Nacional! 

É, vai mesmo. Mas o Ministério da Defesa não só deixou quieto o assunto, como fez um longo texto homenageando o exército, com o título de Ordem do Dia.

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Ué.

Bolsonaro com os comandantes das Forças Armadas o Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, o General de Exército Paulo Sergio Nogueira e o Tenente Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior. Foto: Marcos Corrêa/PR

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