Na véspera Dia da Visibilidade Trans, relatório aponta que 4 em cada 10 mortes por transfobia no mundo ocorreram no Brasil
Nosso país ainda é o que mais mata a comunidade T no mundo, diz a Antra.
Nesta sexta-feira (28) a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transsexuais) divulgou um relatório que esmiúça dados bastante alarmantes sobre a violência contra a comunidade trans no Brasil.
Coordenado por Bruna Benevides, o estudo aponta alguns dados coletados junto a órgãos de segurança pública, organizações ligadas aos direitos humanos e à população LGBTQIA+, reportagens e redes sociais.
O principal dado indicou que, em 2021, pelo menos 140 pessoas trans brasileiras foram assassinadas. Dentre elas, 135 eram travestis e mulheres transexuais, e 5 homens trans e pessoas transmasculinas.
Pelo 13º ano, o Brasil continuou sendo o país onde mais se mata essa população. Em seguida, vêm o México e os Estados Unidos.
Keron Ravach, de 13 anos, foi a mais jovem vítima fatal da transfobia no Brasil e no mundo em 2021. A cearense foi morta a socos, pauladas e chutes.
A expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de 35 anos.
O recorte ainda afirma que 81% das vítimas eram travestis ou mulheres trans pretas e pardas.
Roberta da Silva teve 40% do corpo queimado por um adolescente, no Recife, em 2021.
Das 120 ocorrências onde havia informação sobre como a morte ocorreu, 47% foram por armas de fogo; 24% por arma branca; 24% por espancamento, apedrejamento, asfixia e/ou estrangulamento; e 5% de outros meios, como pauladas, degola e queimaduras.
Larraya, 53 anos, foi perseguida e agredida por um homem até a morte, no Ceará, em 2021.
Outro dado informa que 90% da população de travestis e mulheres transexuais utiliza a prostituição como sua principal fonte de renda.
Muita delas por falta de oportunidade no mercado de trabalho formal, importante frisar.