Luísa Sonza sobre machismo e carreira: 'Não quero que as pessoas achem que eu sou perfeita. Definitivamente eu não sou'

Ela faz questão de estar presente em todos os processos que a envolvem, tem se dedicado a aprender a gerenciar sua carreira, tratando como um investimento. Com apenas 3 anos na estrada profissional, ela parece cada vez mais empenhada.

"Toda a minha carreira eu sempre participei das músicas, eu sempre fui compositora e cantora. Mas de fato no "Doce 22" eu achei um lugar mais pessoal e mais visceral ainda, não só na composição quanto na produção. Isso foi muito bom porque eu acho que eu me preparei até aqui e me tornei segura o suficiente para bancar um álbum", afirma a artista, no bate papo exclusivo com o Buzzfeed.

"'É porque acho que estão na música as justificativas. Eu tô falando tudo nela já, ela me traduz por completo. Eu sinto que 'Melhor Sozinha' é a junção do lado A a com o Lado B da Luisa. Então, ela é a fusão dos meus dois lados e expressa que da maneira mais real que eu sou e que eu fui também até os 22 anos. Hoje em dia, eu já me sinto muito mais maleável do que eu era com 20, há dois meses. Eu já me sinto outra pessoa em alguns aspectos. 'Melhor Sozinha' representa muito bem essa fase da minha vida que eu vivi com 22 anos", diz Luisa, que viu sua vida pessoal sendo manchete nos últimos meses e precisou adiar seu álbum para poder cuidar de sua saúde mental.

"Eu sou muito canceriana para ser totalmente Industrial. Acho que eu não consigo não ter no meu show 'Melhor Sozinha' ou 'Penhasco'. Então eu acho que eu sou uma artista que também aprecia muito a arte como como produto principal, mas aprecia também o mainstream, que quer chegar a lugares, que precisa do público e saber jogar o jogo para chegar onde eu quero chegar. Eu sou um artista que quer dosar as duas coisas porque as duas coisas me fascinam. Eu quero que o máximo de pessoas me escute, senão eu fico aqui em casa fazendo as músicas e cantando para mim mesma. A finalidade de eu ser uma artista realmente é que o mundo inteiro me escute. E assim eu vou dançando de acordo com o que eu sinto e com o que eu quero também para minha vida. Eu não faria um álbum remix, mas queria um álbum ao vivo."

"Se eu pudesse, ia pedir encarecidamente para as pessoas em relação ao respeito pelos artistas. A gente doa a nossa vida para isso, a gente quer fazer uma entrega artística que impacte vocês, que traga ao público algo incrível. Eu sei que dá vontade de escutar gente, eu sei que dá vontade. Mas toda vez que isso acontecer com qualquer artista, conheça ele ou não, não faça! Evite! Segure o seu coração para que sua experiência seja a mais legal para quando for lançada. Então faça por você mesmo, se você não fizer pelo seu artista", refletiu.

"Música é uma coisa muito mutável, então eu administro observando esse tempo sempre muito atenta como o mercado está funcionando. É como se fosse uma bolsa de valores, você tem que ficar analisando os macetezinhos dentro dessa de uma lógica. Tem coisas que você arrisca de acordo com os cálculos e o meu produto é a Luísa Sonza. Na questão de investir eu também lido como empresa e você precisa de sete anos de investimento para depois realmente ter um retorno. Eu administro muito observando, escutando empresários mais velhos de diversas áreas, vendo como as carreiras a minha volta e no mundo funcionam.", conta a jovem investidora.

"Quando eu tô na pessoa CPF isso me assusta porque é uma responsabilidade muito grande e tá tudo meio que na sua mão. Além de empresário convencional, uma pessoa que tem uma empresa, um produto. Você é o seu próprio produto, então você tem muito menos permissão de errar, mas como ser humano é inevitável. Não tem como ser robô, então o medo de errar é sempre muito presente, é muito presente na carreira de um artista porque o seu produto é você mesmo", afirma.

"E dá muito medo de errar, só que eu tento me humanizar e humanizar para as pessoas que eu puder, eu sei que é meio impossível porque as pessoas não enxergam da mesma maneira. Mas eu tento me organizar e mostrar para as pessoas o máximo que eu posso da minha humanidade, inclusive para as pessoas permitirem terem meus erros como ser humano, se isso acontecer um dia, sabe? E eu ia deixo sempre muito claro para as pessoas que me acompanham e consomem meu produto, que eu sou um ser humano e eu juro que se eu errar eu tô fazendo melhor. Isso é uma coisa que eu não quero que duvidem de mim realmente. Eu não quero que as pessoas achem que eu sou perfeita porque definitivamente eu não sou. Mas eu quero que elas tenham certeza que eu tô dando o meu melhor como ser humano justa. Até porque não é nem só porque eu sou uma pessoa incrível, o que realmente eu quero muito a minha carreira, eu quero muito crescer, eu quero muito ter um nome reconhecido na música, então eu vou tá sempre dando meu melhor. Eu nunca vou querer fazer mal para mim mesma, ninguém. Então eu deixo isso muito claro. Eu acho eu acho que me tornei uma pessoa extremamente que olha muito para dentro. A gente não consegue fugir da nossa humanidade."