Indígenas estão há quatro dias acampados em Brasília para pressionar o STF

A votação do marco temporal pode acontecer ainda nesta quarta (25).

Desde domingo (22), mais de seis mil indígenas estão acampados em Brasília para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF), que pode votar o marco temporal ainda nesta quarta (25).

Reprodução/Apib/Ian Coelho/Mídia Ninja

Chamada de "Luta pela Vida", a mobilização nacional foi organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e convocou indígenas vacinados de diversas etnias. Eles ficam acampados na Praça da Cidadania até o dia 28 de agosto.

Reprodução/Apib

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Durante esse período, há uma extensa programação com plenárias, agendas políticas em órgãos do governo federal e embaixadas, marchas e manifestações públicas.

O objetivo do acampamento é pressionar o STF, que pode julgar ainda hoje o chamado marco temporal – tese que há anos tem assombrado os indígenas brasileiros.

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Mas o que é o marco temporal?

Basicamente, é um critério que determina que uma terra só pode ser demarcada quando indígenas já estão estabelecidos nela antes da data de promulgação da Constituição de 1988. Mas os indígenas contestam, visto que muitos deles foram violentamente afastados de terras nas quais habitavam.

A decisão do STF pode afetar o futuro de 303 demarcações de terras indígenas que estão em andamento. Em seu site, a Apib chama o marco temporal de "uma tese político-jurídica defendida por ruralistas e setores políticos e econômicos interessados na exploração das TIs (Terras Indígenas)".

"Os povos indígenas não querem recuperar Copacabana ou Ipanema."

Reprodução/Instagram/Apib/Luana IEB

Em um artigo publicado na Folha de S.Paulo, três ativistas indígenas levantaram um ponto importante nessa discussão: "Os povos indígenas não querem recuperar Copacabana ou Ipanema, porque elas já não são áreas tradicionais. Muitas outras, no entanto, o são e estão agonizando à falta de determinação do Executivo federal. A luta por direitos territoriais indígenas já supera 500 anos."

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Na noite de terça (24), os acampados fizeram uma mobilização emocionante com luzes de led escrevendo no chão a frase "Brasil, terra indígena".

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