Estes LGBTs foram fundamentais para assegurar direitos que temos hoje

Você precisa saber mais sobre Brenda Lee, Cassandra Rios, João Silverio Trevisan e tantos outros.

Hoje é Dia Internacional da Luta contra a LGBTfobia, mas tem pessoas que nos lembram que essa data, para elas, era todo dia, há muitas décadas.

Em um tempo sem redes sociais, estas personalidades deram a cara para bater e peitaram o preconceito até mesmo em tempo de ditadura. Você precisa conhecer esses personagens fundamentais para a história do país.

Brenda Lee deu uma lição de acolhimento e coragem.

No auge da epidemia da Aids, quando ainda não havia informação suficiente ou tratamentos eficazes, esta travesti decidiu dar uma aula de acolhimento e coragem. Abriu sua casa para abrigar pessoas que sofriam com a doença.

Brenda ficou conhecida como "anjo da guarda das travestis" e sua casa de apoio passou a ser chamada de "Palácio das Princesas".

Esta pioneira nos deixou em 1996, vítima de uma morte brutal. Mas é até hoje lembrada pela coragem e compaixão demonstrados durante sua vida.

Publicidade

Cassandra Rios, a escritora mais censurada em tempos de ditadura.

Reprodução

Nome artístico de Odete Rios, Cassandra lançou vários romances repletos de homoerotismo e ousadia. Escreveu mais de 40 livros, sendo que, destes, 36 foram censurados. Ao longo da vida, foi alvo de 16 processos judiciais.

Ainda assim, sua literatura considerada "maldita" era passada em segredo entre mulheres e a fez vender 1 milhão de cópias, um recorde inédito para o país nos anos 70.

Morreu em 2002, de câncer, e, para vencer a censura, chegou a assinar história com codinome masculino. Hoje, sua obra precisa passar por um sério resgate.

Cazuza, exagerado e corajoso.

Este dispensa maiores apresentações. Cazuza não só falou abertamente sobre sua homossexualidade nos anos 80, como também foi um dos primeiros artistas brasileiros a ir para as capas de revista assumir que tinha Aids.

O cantor fez muito para desmistificar o assunto e acabar com o preconceito, além de ter deixado um baú cheio de preciosidades e letras ferinas.

Publicidade

João Silverio Trevisan criou jornal LGBT e estudou a história da homossexualidade no Brasil.

Atuante e profícuo, esse escritor é responsável por um livro fundamental para entender a diversidade. "Devassos no Paraíso" promove um resgate histórico da homossexualidade no Brasil. Seus outros romances também têm personagens LGBTs.

Pioneiro, fundou em 1978 o "Somos", primeiro grupo de liberação homossexual do país.

E mais: ainda em tempos de ditadura, colocou nas bancas o "Lampião da Esquina", jornal voltado para a comunidade gay.

João é uma lenda e merece ser celebrado a todo tempo.

Ney Matogrosso, o homem com H.

Assim como Cazuza, Ney Matogrosso tem importância fundamental para a música popular brasileira, mas precisa ser celebrado pela coragem.

No auge da ditadura, flertou com a androginia, dançando seminu ou usando saia. Chegou a ironizar o preconceito em canções como "Homem com H".

E até hoje segue destemido e rebolando.

Publicidade

Rogéria, a travesti da família brasileira.

Era assim que Rogeria se descrevia. Travesti, ela fez teatro, estrelou musicais e novelas na Globo. Pouco antes de morrer, estrelou o documentário chamado "Divinas Divas", dirigido por Leandra Leal.

Rogeria tinha discurso controverso, mas, não se pode negar, ocupou espaços que até então eram raríssimos de serem ocupados nos anos 70 e 80.

Abriu muitos caminhos para estrelas como Roberta Close e Thelma Lipp.

Rosely Roth, a líder de uma lendária revolta.

Não há muitas imagens de Rosely Roth, acima você pode assisti-la em participação no programa de Hebe Camargo.

Essa pioneiro criou o “Chana com Chana”, boletim do Grupo de Articulação de Lésbicas Feministas (Galf), que servia como espécie de jornal.

Também liderou a revolta do Ferro's Bar. Depois que lésbicas foram expulsas pelos donos do local, Rosely convocou a multidão a protestar no que ficou conhecido como o "Stonewall Brasileiro".

Publicidade

Veja também