Entrevistamos Eric Faria, o repórter da Globo que já está no Catar esperando pela Copa do Mundo
Ele contou como está sendo a rotina em Doha, do outro lado do mundo, e como o país está se preparando para sediar o evento.
Querendo saber como funciona a cobertura de uma Copa do Mundo, o BuzzFeed Brasil entrevistou Eric Farias, repórter da Globo e Sportv, que vai acompanhar o mundial de futebol pela 4ª vez em sua carreira.


Divulgação/Eric Farias
Ele está em Catar desde o início de setembro e volta no dia 20 de dezembro, passando quase 4 meses lá no coração de Doha, capital do país!
Para ele, esta será a Copa mais diferente dos últimos tempos, e o maior motivo disso é por ser no menor país a sediar o evento até agora.


Divulgação/Eric Farias
Diferente de grandes países como o Brasil, não há locomoção de turistas nem de seleções pelas regiões do país, centralizando o movimento especialmente na capital. O Catar tem cerca 80 km², e 3 milhões de habitantes. Para a Copa, a expectativa é de receber 1,2 milhão de visitantes durante os 35 dias de evento, praticamente 40% da população!
Quando conversamos, essa era a maior preocupação pré-evento do país sede: comportar toda essa quantidade de gente.


Divulgação/Eric Farias
Por conta da alta demanda, os hotéis subiram o preço da estadia e ainda assim tiveram suas vagas bem disputadas. O país também garantiu 3 cruzeiros transatlânticos ancorados para receber até 11 mil fãs de futebol durante o mês, e Eric contou que pessoas de vários países estão se preparando para se hospedar em Dubai, a um vôo de 1 hora de distância.
É preciso estar atento aos costumes locais conforme se afasta dessa região da cidade.


Divulgação/Eric Farias
Em bairros mais tradicionais, devem ser consideradas roupas mais conservadoras. Cuidado com a islamofobia: o que pedem é que mulheres cubram os ombros e as pernas e que os homens não saiam sem camisa e usem bermudas abaixo do joelho. E, claro, ter respeito ao visitar mesquitas, cobrindo a cabeça pelo menos com lenços.
Apesar dessas duas grandes diferenças, não parece que a Copa trará dores de cabeça (além da ansiedade dos placares).


Divulgação/Eric Farias
Para os 30 dias valendo do evento, tudo parece ter sido planejado. Apesar da gasolina ser bem barata no Catar, hoje chegando aproximadamente aos R$2,70 por litro (e que um dia já foi de graça no país), os turistas serão fortemente incentivados a utilizarem o transporte público para não congestionarem as ruas de Doha. O metrô – que terá passe livre a torcedores – atende 5 dos 8 estádios, e os outros 3 terão acesso via shutters, como as nossas peruas e mini vans, além de uma frota de 3 mil ônibus prometida pelo governo.
Isso, claro, sem contar quantos lugares podem ser alcançados a pé. Eric contou que a distância entre o hotel que a Seleção ficará hospedada e o campo de treinamento é de apenas 3 km. Dá até pra fazer uma corridinha até lá e contar como aquecimento! Já pensou?
Também é esperado que a cidade de Doha esvazie um pouco com o passar dos dias.


Divulgação/Eric Faria
Os dias de mais movimento serão na fase de grupos, com 4 jogos por dia, quando 8 times se enfrentarão. Os torcedores, quando não tiverem o compromisso de comparecer aos estádios, podendo ir visitar outros bairros, outras cidades, ir à praia, ir ao deserto, visitar museus e até mesmo viajar para países próximos ao Catar.
Além dos visitantes, os locais também têm planos de não frequentar tanto a cidade. O governo incentiva que as pessoas trabalhem em home office durante a Copa, e as escolas planejaram as férias escolares justamente para esse período.