Fato ou fic? Janones insinua estar de posse de celular de Bebianno e promete "final apoteótico" às vésperas do 2º turno

O deputado publicou fotos que seriam o aparelho do ex-ministro de Bolsonaro, morto em 2020.

Na noite de terça-feira (25), tuítes do deputado federal André Janones (Avante), que coordena a campanha digital do ex-presidente Lula (PT), causaram um reboliço nas redes sociais.

Reprodução/Instagram

Isso porque, o político insinuou ter tido acesso ao celular de Gustavo Bebianno, presidente nacional do PSL durante as eleições de 2018, que morreu vítima de um infarto em março de 2020.

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Mas por que o conteúdo do celular de um ex-bolsonarista poderia ser tão importante, você pode estar se perguntando. E eu explico:

Marcos Corrêa/PR

Além de ter sido um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro em 2018, Bebianno ocupou a Secretaria-Geral da Presidência no início do governo Bolsonaro. Mais especificamente durante um mês e 18 dias, até ser demitido do cargo. Na época, ele responsabilizou o vereador Carlos Bolsonaro por sua demissão.

O advogado foi o pivô da primeira crise do governo, gerada pela suspeita de que o PSL usou "candidaturas laranja" nas eleições de 2018.

Depois da saída do governo, Bebianno tornou-se desafeto do clã Bolsonaro.

Em sua última entrevista, que aconteceu no início de março de 2020, ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Bebianno disse coisas como: "Me assusta, o presidente eleito recentemente e só pensar em reeleição. Se você tiver o cuidado de pegar a agenda presidencial, você vai ver que ele só pensa em reeleição, reeleição... Ele praticamente não trabalha pelo Brasil" e "o Brasil ainda vai enxergar quem são Bolsonaro e seus filhotes".

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Nesse contexto, o celular teria importância por, possivelmente, ter informações internas sobre a campanha, o governo e o rompimento de um aliado próximo com Bolsonaro. Seria, de fato, apoteótico, certo? Em entrevista à Rádio Jovem Pan em 2019, o próprio Bebianno afirmou ter material guardado "fora do Brasil" sobre o presidente.

Reprodução/Jovem Pan

"Se o presidente acha que eu tenho medo dele, ele está enganado. Eu sou tão ou mais homem que ele. Tenho um material [sobre Bolsonaro], sim, e fora do Brasil. Tenho muita coisa e não tenho medo. Uma vez o presidente disse que eu voltaria para minhas origens, mas minha origem é muito boa", afirmou.

O material em questão seria um celular antigo de Bebianno que estava nos Estados Unidos, segundo disse o empresário Paulo Marinho (outro ex-bolsonarista que virou desafeto de Bolsonaro), que tentava "resgatar" o aparelho de seu amigo próximo.

Arquivo pessoal/Divulgação

"Esse celular tem registros de conversas dele durante um ano e meio de convívio da campanha, entre ele e todas as pessoas que participaram da campanha", disse ao blog da Andréia Sadi, no G1. "Eu não posso te dizer o que tem, até porque eu não tenho conhecimento, mas eu quero resgatar esse telefone, até pra saber o que tem ali, para acabar com essa dúvida, que é sua e que é minha também."

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