11 pessoas contam como perceberam que precisavam de ajuda psicológica

"Foi quando me falaram: ‘olha para você’. E eu realmente não me via, não me reconhecia mais".

Perguntamos aos leitores e leitoras da nossa página de Facebook quando e como perceberam que precisavam de ajuda psicológica. Aqui estão algumas histórias:

1. "Quando entrei em depressão, alguns meses depois do meu pai se suicidar, entendi que poderia chegar ao mesmo ponto que ele caso não buscasse ajuda."

“Depois de perder meu pai por suicídio. Ele ficou anos doente e eu fui colocando meus sentimentos para baixo do tapete. Quando entrei em depressão, alguns meses depois do falecimento dele, entendi que poderia chegar ao mesmo ponto que ele caso não buscasse ajuda. Voltei a fazer terapia com psicólogo e busquei ajuda de medicamentos com um psiquiatra.” — Melissa Lanfredi Olivotto

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2. "Foi quando me falaram: ‘olha para você’. E eu realmente não me via, não me reconhecia mais."

“Depois de um término horrível, pavoroso e doloroso de um relacionamento de 11 anos, estava sem dormir há meses. Eu perambulava pela casa à noite, chorava muito, andava muito cabisbaixa e tive tricotilomania. Foi quando me falaram: ‘olha para você’. E eu realmente não me via, não me reconhecia mais. A depressão te consome, você sente que tem algo errado, mas muitas vezes é alguém de fora que te dá o toque de ‘tem alguma coisa errada’.” — Raiza Mizael

3. “Uma amiga fez uma montagem em que eu estava com a mesma roupa para me mostrar que não era normal a velocidade e o quanto eu havia emagrecido."

“Uma amiga fez uma montagem em que eu estava com a mesma roupa para me mostrar que não era normal a velocidade e o quanto eu havia emagrecido. Foram 14kg e eu não percebi. Daí acreditei que estava doente e fui ao clínico quatro vezes em um mês imaginando que era anemia ou uma bactéria. Foram quatro hemogramas durante esse período e nada aparecia. Na quarta vez ele escreveu a guia e falou: ‘Daiane, isso é caso pra outro médico, um psiquiatra’.” — Daiane Zito

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4. "Foi bom saber que mais pessoas também têm a mania de arrancar os próprios cabelos e pêlos do corpo, que é uma condição psicológica e que não era maluquice minha."

“Não foi de um jeito bom, mas me aliviou. Eu sofro de uma condição chamada tricotilomania, que é a mania de arrancar os próprios cabelos e pêlos do corpo. Tinha um professor no ensino médio que também era psicólogo e um dia ele parou a aula para apontar e comentar sobre os meus cabelos na mesa e no chão em volta. Fiquei péssima, ainda tentei me tratar com ele, porém acabei saindo da escola e parando de estudar por vergonha. Mas foi bom, no fim, saber que isso atingia mais gente, que é uma condição psicológica, que não era maluquice minha. Pessoas, tenham cuidado ao abordar uma pessoa com um algum transtorno. Muitas vezes, além de não ajudar, ainda piora.” — Ana Blue

5. "Procurei uma psicóloga depois de passar em dois médicos e ouvir eles dizerem que minha saúde física estava ótima e o que precisava era cuidar da minha saúde mental."

“Percebi que precisava de ajuda quando me senti esgotada porque as coisas não saíam da forma que eu queria. As pessoas não agiam como deveriam agir, eu estava extremamente cansada de me sentir insuficiente com os outros. Queria cuidar de tudo e de todos, carregar o mundo nas costas e planejar um futuro sozinha.

Procurei uma psicóloga depois de passar em dois médicos e ouvir eles dizerem que minha saúde física estava ótima e o que precisava era cuidar da minha saúde mental. Então sentei no sofá e não sabia o que dizer, a vontade era sumir por minha vida não ser do jeito que que planejei.

Comecei assim, e chorei muito, chorei tudo que eu precisava. Faço terapia há quatro meses e posso lhe falar com toda certeza: FOI A MELHOR DECISÃO QUE EU TOMEI NA VIDA. Aconselho para todos, sem exceção! A terapia me ajuda a seguir em frente, a ser otimista com as pessoas e com as coisas e por isso eu serei eternamente grata.” — Patricia Veras

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6. “Quando percebi que eu estava evitando as pessoas.”

História enviada por Marcita Zarref.

7. "Descobri que precisava de ajuda profissional quando notei que não adiantava falar com as pessoas próximas, desabafar e sair para desestressar."

“Descobri que precisava de ajuda profissional quando notei que não adiantava falar com as pessoas próximas, desabafar e sair para desestressar. Havia um sentimento que continuava me incomodando e eu não tinha nome para ele. Quando ele se tornou um peso muito grande para ignorar, entendi que precisava de ajuda psicológica. Até então, tinha tido dois episódios de ansiedade em que pensei que estava morrendo do coração, mas achava que era tudo normal por trabalhar num ambiente de muita pressão.” — Elaine Andrade Barbosa

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8. "Sonhava com trabalho, parecia que não descansava. Passei duas semanas assim e resolvi que precisava de ajuda."

“Eu não conseguia dormir, acordava no meio da noite com palpitações e medo do dia seguinte. Sonhava com trabalho, parecia que não descansava. Passei duas semanas assim e resolvi que precisava de ajuda. Fui à psicóloga e hoje, após três anos de terapia, me descontrolo, mas cada vez volto mais rápido ao equilíbrio.” — Gisa Oliveira

9. "Descobri que tenho alopecia areata, uma doença psicossomática. Foi aí que segui o conselho da psicóloga da escola e comecei a fazer psicoterapia."

“Tava em época de Enem e tinha pressão para tudo que é lado: pais, família e professores. Na escola, a esperança em meio a isso foi a psicóloga. Ela me recomendou ir a um psicólogo, só que eu não quis ir pois achava besteira e que psicoterapia parecia mais autoajuda.

Então, em um determinado dia acordei com pequeno buraco em meu cabelo. Minha mãe disse que eu já tinha isso, só que o buraco foi crescendo, crescendo e chegou um momento em que meus pais viram que tinha algo de errado.

Eles me levaram ao dermatologista e descobri que tenho alopecia areata, uma doença psicossomática. Foi aí que segui o conselho da psicóloga da escola. Depois de muitos debates, fui para a psicoterapia. Hoje, devido a isso tudo, sou estudante de Psicologia.” — Airton Santos

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10. "Percebi que a depressão não se manifesta de forma igual para todos e não se trata apenas ‘deixando’ o problema de lado."

“Minha mãe tem transtorno bipolar e cresci vendo inúmeras crises e oscilações de humor dela. Então, eu ‘sabia’ como a depressão se manifestava em alguém.

Durante meu período de cursinho, eu era uma bomba relógio: irritadiça, raramente feliz e sentia uma ‘coisa’ por dentro que era inexplicável. Em época de vestibular, isso aumentava em uma intensidade gigante. Meus pais perceberam e me mandaram para a psicóloga. Mesmo assim, eu ironizava as sessões e convenci eles de que não precisava daquilo porque estava ‘muito bem, obrigada’. Depois de ter passado, percebo o quanto perdi de mim na época. Aos poucos, estou voltando a ser a pessoa confiante que sempre fui durante a escola, me sinto mais tranquila e relaxada e aquela ‘coisa’ que sentia ficou para trás.

O que tenho a dizer para as pessoas é que a depressão não se manifesta de forma igual para todos e que não se trata apenas ‘deixando’ o problema de lado. Minha mãe tem algo muito mais sério que só pode ser controlado mediante terapia semanal e com remédio, mas, hoje, ela está bem, saudável e estável.

Saúde mental merece MUITO ser cuidada. Se sentir mal consigo mesma é como um poço sem fundo e só agora que estou longe daquela pressão absurda que eu mesma me colocava consigo perceber o quanto eu era diferente”. — Kathleen Ferreira

11. "Um dia conversei com amigos que faziam ou já haviam feito terapia, eles me incentivaram a procurar e conversaram muito comigo. Tem quase três anos que estou fazendo e foi o melhor presente que já me dei na vida."

“Passei por dois relacionamentos abusivos que me deixaram emocionalmente destruída. Aos 30 anos, me percebi com a vida completamente estagnada, pessoal e profissionalmente. Eu olhava para trás e só enxergava histórias ruins, não aguentava mais. Já havia pensado em terapia, mas tinha receio sobre como era o processo, achava muito estranho ficar na frente de um estranho falando da minha vida e sempre protelei.

Um dia conversei com amigos que faziam ou já haviam feito, eles me incentivaram a procurar e conversaram muito comigo. Tem quase três anos que estou fazendo e foi o melhor presente que já me dei na vida. O processo é difícil e ao mesmo tempo maravilhoso. Não é fácil lidar com o que nos machuca, mas também já consegui evoluir e amadurecer bastante coisa. É muito gratificante perceber isso.” — Camila Almeida

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