Andrew Richard / BuzzFeed
Estamos lançando hoje a Semana da Saúde Mental no BuzzFeed porque a mídia pode ter um papel importantíssimo – para o bem ou para o mal – no entendimento das doenças mentais e em como as pessoas se veem. Observamos isso no mundo inteiro: depressão, ansiedade e outros problemas são cada vez menos vistos como defeitos de personalidade e cada vez mais entendidos como as doenças que realmente são.
Essa é uma dádiva da era digital: a possibilidade de lutar contra a vergonha e o isolamento. Quando temos coragem para falar abertamente de nós mesmos e das nossas dificuldades, as pessoas que nos ouvem e nos veem não precisam se sentir sozinhas. E a mídia digital tem importância fundamental nessa mudança de cultura. No BuzzFeed, percebemos que algumas das respostas de maior impacto ao nosso trabalho vieram de pessoas que assistiram e leram sobre doenças mentais. Elas se sentiram menos sozinhas, menos culpadas.
"Assistir esse vídeo me deixou menos sozinha num mundo em que tento desesperadamente me conectar com as outras pessoas", escreveu uma pessoa que viu o vídeo "What It's Like To Be An Outsider" (Como é ser um estranho).
A mídia também pode combater o estigma associado à genuína falta de informação: "Quem sofre de transtorno do déficit de atenção não é compreendido, é visto de forma negativa. Aprecio esse esforço para ajudar as pessoas a perceberem que não estão sozinhas, e para que outros a sua volta tentem entendê-las um pouco melhor", escreveu um leitor a respeito das ilustrações de Caroline Kee sobre como é a vida no trabalho para quem sofre de TDA.
E a mídia pode ajudar a começar conversas difíceis, mas há muito necessárias. Uma matéria sobre a vida com ansiedade e depressão pode ser "mostrada para as pessoas próximas de mim que não entendem o que estou passando", escreveu um leitor.
"Por causa deste artigo, consegui ter uma conversa sincera com a minha mãe sobre meu transtorno alimentar, o que ela sentia quando eu fazia terapia e minhas preocupações sobre os hábitos alimentares dela", escreveu um leitor em resposta à conversa de Arianna Rebolini com sua mãe sobre os transtornos alimentares de ambas.
É fácil falar de saúde mental em termos abstratos e clínicos. Mas vocês responderam com mais força quando o assunto foi tratado de forma pessoal. Temos imenso orgulho da nossa equipe de jornalistas e produtores pelo cuidado que demonstraram nos trabalhos já publicados e nos trabalhos que publicaremos esta semana; e também pela coragem que esse tipo de trabalho exige.
Esta semana vamos publicar mais de 100 posts sobre saúde mental em cinco línguas, além de 30 vídeos (produzidos em Los Angeles, Nova York, Sydney e Londres), tudo realizado pela equipe de criação do BuzzFeed. O canal do Buzzfeed no Snapchat também vai se concentrar no tema, e os canais do BuzzFeed Saúde vão ser inteiramente dedicados a conteúdos sobre saúde mental durante esta semana.
Saúde mental importa para todo mundo. Eis nossa expectativa, nas palavras de um leitor: "me distrair dos meus pensamentos e me fazer rir. Demorou cinco meses, mas finalmente consegui parar de me cortar e de arrancar os cabelos. Estava em recuperação e tinha acabado de atingir uma meta importante, mas ainda pensava como uma pessoa deprimida. Odiava tudo em mim. Estava assistindo os vídeos de vocês e percebi que muitas das coisas que eu considerava defeitos eram aceitos pelas pessoas nos vídeos e nos textos. Elas amam o fato de ser introvertidas. Elas aceitam ser muito altas. Elas acham que ter peitos pequenos é do caralho. Ver que todas as pessoas amam tudo o que eu odiava em mim me ajudou a aprender a me amar".
