Como a pandemia da Covid-19 impactou a comunidade LGBTQIA+
Pesquisa inédita escancara a desigualdade que já conhecemos.
É claro que a pandemia piorou a qualidade de vida da sociedade como um todo. Mas qual é o recorte disso tudo quando falamos, especificamente, na comunidade LGBTQIA+?
Ada daSilva/Getty Images
É essa a pergunta que o Diagnóstico da População LGBT+ na Pandemia 2021 responde. Realizado pelo coletivo #VoteLGBT juntamente com a agência de pesquisa e tendências Box1824, o levantamento entrevistou mais de 7 mil pessoas de todas as regiões do Brasil e contou com a colaboração da ong Casa 1 e do movimento All Out.
Fome, solidão, desemprego, depressão. Infelizmente, tudo o que temos vivido resultam em números tristes, dos quais não temos nenhum orgulho em publicar. Mas são registros importantes que precisam ser escancarados.
Veja abaixo alguns destaques publicados pela pesquisa sobre a comunidade LGBTQIA+ na pandemia.
6 em cada 10 pessoas LGBTQIA+ tiveram diminuição ou ficaram sem renda por causa da pandemia de Covid-19;
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A taxa de desemprego no Brasil atingiu recorde de 14,7% no primeiro trimestre de 2021, de acordo com o IBGE. Quando olhamos esse número mais de perto, vemos como ele afeta brutalmente a comunidade.
6 em cada 10 dos desempregados LGBT+ (59,47%) já estão sem trabalho há 1 ano ou mais;
4 em cada 10 pessoas LGBT+ (41,53%) vivem em domicílios com insegurança alimentar;
O relatório ainda aponta que, quando falamos em pessoas trans, esse número sobe para mais da metade delas (56,82%).
6 em cada 10 pessoas trans (58,48%) não conseguiriam sobreviver sem renda por mais de 1 mês caso percam sua fonte de renda no dia da resposta à pesquisa;
A dificuldade em atuar no mercado de trabalho é ainda maior para pessoas trans, que acabam recorrendo à informalidade.
A pesquisa dá uma dica interessante para a sociedade em geral: "Quando for contratar alguém para qualquer serviço, dê preferência para profissionais LGBT+. De faxina a contabilidade, de estética a fotografia, existem muitas LGBT+ super capacitadas para o que você precisa. Ajude o dinheiro a circular pela comunidade".
55,19% declararam que sua saúde mental em 2021 está pior do que em 2020;
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Sendo que 30% das pessoas já haviam recebido diagnóstico prévio de depressão e 47,59% já haviam recebido diagnóstico prévio de ansiedade.
Tudo isso resultou em insatisfação política. Tanto é que 98,7% reprovam o governo de Jair Bolsonaro (sem partido);
E, por fim, 95% são favoráveis ao impeachment de Bolsonaro.
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Não é à toa que falamos diariamente sobre o desgoverno Bolsonaro aqui no BuzzFeed. Falta trabalho, empatia e vacina.
