Permanência de Nego do Borel em 'A Fazenda' mostra que o Brasil perdoa muito fácil acusados de agressão

Bastou um chorinho para ele sobreviver à eliminação.

Tão logo teve a presença confirmada em "A Fazenda", Nego do Borel causou espanto em muita gente.

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Afinal, como poderia um cantor acusado de agressão por ex-namoradas - e indiciado pela polícia - entrar em um reality show cuja popularidade é ferramenta importantíssima?

Como era de se esperar, ficou óbvio que a intenção do funkeiro era uma só: se redimir aos olhos do público. Nego parece ter tentado de tudo: procurou os participantes antes do confinamento pelas redes sociais, e deu inúmeras declarações afirmando que está procurando mudar.

No jogo, no entanto, não demorou para os questionamentos por parte do público surgirem.

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Depois de tentar beijar Dayane e levar uma negativa, o funkeiro tentou acariciá-la e foi afastado. Ainda assim, insistiu. Não demorou e foi acusado de assédio.

A Record pareceu não ter visto problema na cena.

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Para cumprir o protocolo e conquistar o público, claro, Nego do Borel chorou em alguns momentos.

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Não foi suficiente. Com 47,41% dos votos, Nego do Borel venceu no voto popular e seguiu no jogo (em "A Fazenda" o voto é para ficar e não tirar).

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O que isso mostra? Que o Brasil tem grande leniência com homens acusados de agressão e, ainda que não apoie, parece acreditar numa possível mudança. Para que fique claro: não estamos falando de "erros", mas, sim, de suspeições de crime, o que é completamente diferente - e grave.

Não é novidade para ninguém que "A Fazenda" tem servido de plataforma de redenção para homens acusados de agressão. Exemplos não faltam: Dado Dolabella venceu a primeira edição; Marcos Harter e Biel foram vice-campeões de suas temporadas.

O exemplo não é somente lamentável. É uma mostra de como o machismo impera forte na sociedade e no mundo do entretenimento.

A convidada para ir ao reality não é a vítima - modelo e influenciadora, no caso de Duda Reis. Quem ganha exposição para todo o país é o acusado de agressão. Às mulheres vítimas de violência restará o soco no estômago que esse resultado simboliza.

O Brasil parece aprovar esse tipo de conduta. Pelo menos é que mostra o resultado da primeira roça do programa. Lamentável.

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