Imagens mostram encontro de jovem que acusa Feliciano de tentar estupro e assessor

Patrícia Lélis, que acusa Feliciano de tentar estuprá-la, esteve com chefe de gabinete do deputado em hotel de SP. Ele pagou a hospedagem dela e teria entregue R$ 20 mil para abafar o caso. Polícia apura origem do dinheiro.

O delegado Luis Roberto Hellmeister vai investigar a origem do dinheiro apreendido na sexta-feira com Emerson Biazon, ligado a Patrícia Lélis, que acusa o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) de tentativa de estupro.

Luis Macedo / Câmara dos Deputados

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Na imagem de uma câmera de circuito interno, Patrícia chega ao hotel onde foi feito o acordo com Talma Bauer, o chefe de gabinete de Feliciano, para abafar a denúncia em troca de dinheiro, segundo a polícia.

Reprodução / Polícia Civil

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O chefe de gabinete de Feliciano foi detido neste hotel na última sexta. Ao se encontrarem, eles se abraçam:

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Bauer vinha insistindo na semana passada que não tinha qualquer proximidade com a jovem que diz ter sido atacada sexualmente por Feliciano. Nesta imagem, ele aparece de costas, ao lado de Patrícia no momento do check-in dela.

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Segundo a testemunha Emerson Biazon disse à polícia de São Paulo, o dinheiro teria sido oferecido pelo chefe de gabinete de Feliciano a Patrícia para ela gravar os vídeos que inocentariam o deputado das acusações.

Em depoimento, Emerson Biazon afirmou ser funcionário do PRB em São Paulo.

Segundo ele, Patrícia o autorizou a receber os R$ 20 mil de Bauer em seu nome. O dinheiro foi entregue na garagem de sua casa em São Paulo.

Ele contou à polícia que conheceu Patrícia recentemente por meio de uma fonte comum, um homem identificado como Marcelo Machado.


Biazon disse ainda ter se aproximado de Patrícia porque uma ex-namorada sua também teria sido vítima de assédio de Feliciano.
Os R$ 20 mil seriam repassados para a conta desse Marcelo que pagaria Patrícia mensalmente para que a mãe da jovem não descobrisse a propina, segundo a versão de Biazon.

Patrícia negou ter recebido o dinheiro. O depoimento de Emerson, colhido no final da noite de sexta-feira, gerou uma reviravolta no caso.

A jovem havia acusado o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, de mantê-la em cárcere privado e de ameaçá-la com uma arma para obriga-la a gravar os vídeos.

Este é um dos vídeos em que a jovem isenta Feliciano da tentativa de estupro e diz que a "esquerda" tenta destruir a reputação do deputado evangélico.

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Emerson Biazon, que até aquele momento acompanhava Patrícia, contradisse a vítima e afirmou que ela havia pedido para que ele guardasse o dinheiro oferecido por Bauer.

Com o depoimento e dinheiro entregue por Emerson, o delegado desistiu de pedir a prisão de Bauer e o liberou. Agora, investiga a origem do dinheiro. Segundo o delegado, o dinheiro teria vindo do interior do estado.


O delegado ouviu nesta segunda-feira o gerente do hotel onde Patrícia Léllis se hospedou entre o dia 30 de julho e seis de agosto.


O gerente apresentou imagens em que Patrícia aparece no saguão confraternizando com Bauer, de forma descontraída.

Nesta outra imagem, Bauer e Patrícia aparecem sentados conversando no sofá do lobby do hotel. O chefe de gabinete pagou a hospedagem da jovem.

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Segundo o gerente, Bauer pagou a hospedagem e foi apresentado por ela, assim como Emerson, com seu amigo.

No final de semana, Marco Feliciano publicou um vídeo em que qualificou a denúncia de que teria tentado estuprar Patrícia como uma "grande farsa".

Ao lado da mulher, a pastora Edileusa Feliciano, o deputado disse que ainda não havia falado com o seu chefe de gabinete e que desconhecia o papel do assessor no caso.

Bauer havia negado na sexta tanto ter se encontrado com Patrícia quanto tê-la ameaçado.

Em entrevista coletiva em Brasília, Patrícia Lélis reafirmou que sofreu uma tentativa de estupro de Feliciano em junho e voltou a negar que tenha recebido dinheiro para gravar os vídeos.

Ela sustentou novamente que fora ameaçada pelo chefe de gabinete de Feliciano.

Reprodução / Mídia Ninja

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