Está rolando uma caça por celebridades que pagam para aparecer em Instagrams de fofoca

Tem gente que quer ganhar seguidores e engajamento de qualquer jeito.

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Afinal, por que celebridades pagariam para aparecer em perfis de fofoca, uma vez que, normalmente, elas se mostram avessas a essa indústria?

A resposta é bem simples: engajamento. Toda vez que são citados, os atores e influenciadores ganham seguidores e, portanto, aumentam as chances de fazer publicidade em suas redes.

Além disso, quando pagam, passam a ter controle sobre o que é escrito sobre eles - ou sobre seus rivais (sim, tem quem pague para falar mal do outro).

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Com controle de conteúdo, há, portanto, menos chance de envolvimento em bafões que os prejudiquem.

E por falar nisso, saiba que até mesmo tretas são combinadas para ser divulgadas. É consenso no mundo dos influenciadores que brigas rendem seguidores e engajamento, uma vez que todo mundo corre para assistir os stories, seguir e opinar sobre a treta comentando nos perfis envolvidos.

Nem tudo o que você vê é real.

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Toda celebridade paga para aparecer em Instagrams de fofoca?

A resposta é não. Pessoas muito famosas normalmente rendem engajamento a estes perfis e, portanto, aparecem de maneira orgânica.

Mas médicos, dentistas, cantores em começo de carreira e influenciadores ostentação -normalmente desconhecidos, sem muito o que dizer ou com algo a divulgar - costumam pagar pelo serviço a quem os oferece.

Como a gente sabe que você adora histórias, aqui vão alguns exemplos de posts que bombaram mais alguns influenciadores e de como essa indústria acontece.

Certa vez, influenciadoras pagaram um fotógrafo para ser flagradas descendo do avião de um famoso. Assim que as imagens vazaram, foram distribuídas para um perfil de fofoca. O conteúdo viralizou e vieram, literalmente, milhões de seguidores.

Há personalidades que ostentam carros novos e até mesmo tratamento dentário. Por trás disso há o perfil de um médico, promoter ou marca que paga pela publicação.

Torcidas de participantes de reality show costumam comprar a simpatia de alguns perfis para que falem bem dos envolvidos. As últimas edições de "A Fazenda" e do "BBB" tiveram disso.

Um casal negociou notícias sobre o fim de namoro e suas declarações sobre o assunto para depois reatar. Sim, o fim do namoro era falso, feito para ganhar seguidores.

O filho de um político ganhou fama de galã apelando para financiar posts sobre ele.

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Parece que não, mas muita celebridade é obcecada com a quantidade de like em suas postagens. Não por acaso muitos compram seguidores. Isso diz muito sobre as obsessões do mundo atual.

E, de novo, importante reforçar, nem todo perfil de fofoca segue as mesmas práticas. Há o joio e o trigo.

É crime pagar para aparecer em Instagrams de fofoca?

Em tese, não. E a prática lembra muito o que algumas colunas sociais - consideradas anti-éticas, diga-se -, costumam fazer: publicar notas em trocas de mimos.

Nesse caso, no entanto, há alguns problemas extras:

1) Muitas vezes o conteúdo é publicidade disfarçada. E o Conar, órgão que regula a propaganda no Brasil, é claro: esse tipo de ação precisa ser sinalizada para que o leitor tenha clareza do que consome;

2) Sendo publicidade patrocinada, não se trata de jornalismo. Embora seja inegável que Instagrams de fofoca por vezes pautem a imprensa tradicional, os métodos de checagem e apuração não são os mesmos;

3) Há famosos afirmando que já foram alvo de chantagens por parte de alguns perfis, o que é execrável. E, nesse caso, sim, pode haver um problema mais sério com a Justiça.

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Após as acusações, alguns perfis de fofoca se manifestaram. Caso do Gossip do Dia.

"Não faço parte de nenhuma máfia. Tudo isso caracteriza crime. Não sou criminosa. Isso são acusações sérias, sem embasamento algum. Não recebo a cada post colocado aqui", afirmou o comunicado em suas redes.

O mesmo fez o Subcelebrities.

"Estou com minha consciência tranquila em relação a isso. Estão nos acusando de um crime, e a partir do momento que isso acontece, a resolução do caso deve ser feita na justiça", diz a nota.

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É importante ressaltar: a existência dos perfis de fofoca não se resumem a uma agência ou nicho. Há vários perfis espalhados pela rede com práticas distintas - algumas bem problemáticas.

Com a revelação do episódio, há famosos temerosos que seus nomes vazem - e também os valores que desembolsaram. Uma postagem pode sair de R$ 300 a R$ 50 mil, dependendo do perfil.

O que é importante nesse caso é deixar claro que informação não se consegue à base de chantagem ou dinheiro. No jornalismo, via de regra, não é costume pagar por informação.

Esse momento pode ser importante para que novas condutas sejam pensadas e a indústria se adapte. Afinal, os perfis de fofoca não sumirão depois disso. Mas a maneira como alguns deles é feita pode ser revista.

Cabe a seus donos e agenciadores pensarem em códigos de conduta mais rígidos e deixarem claro o que é publicidade e o que não é.

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