Miguel Falabella estreia no streaming com a série "O Coro", que aborda sua paixão pela música

Para conquistar o trabalho eles precisam ser aprovados em uma bateria de testes.

Miguel ama teatro musical e já produziu, dirigiu e estrelou diversos espetáculos, como "Alô, Dolly!" (foto acima), com Marília Pêra. Foi justamente essa obra, em uma montagem de 1965 com Bibi Ferreira, que o fez se apaixonar pelos musicais. "Minha avó me levou com oito anos para ver Bibi Ferreira fazendo 'Alô, Dolly!'. Foi presente de aniversário, eu fui em uma matinê de domingo, em 1965. Sai dali um moleque transformado, outra pessoa, e esse fascínio pela dramaturgia aliada ao canto e a dança nunca mais me abandonou", contou, em entrevista ao BuzzFeed Brasil.

"Uma vez eu estava em Nova York e vi a peça da filha de um amigo, que era um apanhado de canções clássicas cantadas por uma molecada. Temos que criar coisas novas, mas resgatar aquilo que nos formou. Criei um pretexto para se cantar esse passeio pela nossa MPB, de rock dos anos 80 a Lupicínio Rodrigues", conta. "O Coro" tem uma trilha sonora apenas de canções brasileiras e todas cantadas pelo elenco da série. Entre os artistas homenageados, Titãs, Cazuza, Paralamas do Sucesso e Chico Buarque.

"A harmonia básica da música toca qualquer coração, e o 'gap' de gerações desaparece. O bit pode ser diferente, mas a boa música chega nas pessoas. A série tem histórias, romances, uma parte novelesca, mas a música é muito poderosa, por isso os clássicos atravessam os tempos", diz Miguel, defendendo que "O Coro"não é apenas para o público mais jovem.

Relembrando o início da carreira, Miguel revela algo curioso: "Eu nunca passei em nenhuma audição", e explica: "Achavam que eu era galãzinho. E eu sempre fui pro humor, apesar de quando jovem a gente não quer ser bom, quer ser bonito. A gente fica melhor ator quando deixa de querer ser bonito", brinca. Ele conta também que não é fácil encarar um teste: "Esse universo das audições, você tem três minutos para convencer de te contratarem. É subjetivo no final das contas, e os americanos falam de uma coisa, que é a 'star quality', que é algo que não se explica, quando alguém puxa o seu olhar". Será que Miguel não tinha "strar quality" quando começou? "O problema não era eu. Alguém não viu. É uma questão de alguém te olhar."