Com Itaquerão, futebol do Corinthians conta com só 1/3 do dinheiro que tinha

Estádio custou R$ 1 bilhão. Caixa disponível para time principal e categorias de base caiu de R$ 61 milhões em 2014 para R$ 21 milhões em 2015.

Desde que o Itaquerão ficou pronto, a maior parte da renda dos ingressos é destinada a quitar o empreendimento, que custou pouco mais de R$ 1 bilhão.

A conta começou a ser paga pelo Corinthians em 2014, mas deve atrapalhar cada vez mais as contas do clube, como sugere um relatório financeiro sobre os times brasileiros elaborado pelo Itaú BBA e obtido pelo BuzzFeed Brasil.

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O documento foi produzido pela área de crédito do banco e analisou as finanças de 27 clubes brasileiros com base em informações públicas.

O reflexo mais evidente do peso do Itaquerão no caixa do Corinthians é a queda brutal nos investimentos.

Em 2014, foram R$ 34 milhões no futebol profissional e R$ 27 milhões na base.

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No ano passado, o investimento despencou para R$ 14 milhões no time principal e R$ 7 milhões nas categorias de base.

Em dois anos de funcionamento do Itaquerão, o Corinthians destinou R$ 78 milhões de lucros de bilheteria para quitar o estádio, segundo o jornal Folha de S.Paulo. Isso representou somente 6% do pagamento do custo da arena.

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Outro exemplo de como as receitas de ingressos fazem falta é que o Corinthians, apesar de ter a maior cota de televisão, pediu R$ 31 milhões em adiantamentos para fechar a conta.

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O dinheiro pago pela televisão é responsável por 41% de todas as receitas do Corinthians.

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Renato Augusto, ao lado de Ralf (à dir.), Cristian e Vágner Love (de costas): os quatro foram campeões pelo Corinthians em 2015 e deixaram o clube

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Esse cenário ruim fez com que o clube se desfizesse de boa parte do elenco campeão brasileiro. E, agora, o Corinthians quase não tem de onde tirar para contratar reforços.

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O relatório do Itaú BBA conclui que "a situação não é nada confortável" para o Corinthians.

"O clube precisa manter os pés no chão, controlar ainda mais os gastos e contar com o incremento de receitas de TV, que terá crescimento em 2016, para fechar essa conta", afirma o documento.

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