Em 2002, Ana deixou sua carreira em uma agência de publicidade em São Paulo e mudou para Ilha de Itaparica, na Bahia, para se dedicar ao seu primeiro livro. Após o lançamento independente de “Ao Lado e à Margem do que Sentes por Mim”, a escritora publicou “Um Defeito de Cor”, uma saga de mais de 900 páginas que recebeu o Prêmio Literário Casa de las Americas, em 2006.
Da África ao Brasil, passando pela Bahia, o Rio de Janeiro e Santos, o leitor acompanha a vida de Kehinde, uma menina capturada em Daomé e vendida como escrava. Os anos de servidão, a luta para conseguir sua liberdade e a de seu filho, a luta para garantir sua sobrevivência. “Um Defeito de Cor” trata sobre a vida dos negros no Brasil colonial de uma perspectiva pouco explorada em nosso ensino de história.
O romance Um Defeito de Cor conta a impressionante história de Kehinde, trazida da África como escrava para o Brasil no século XIX que após, muitas andanças, consegue comprar a própria alforria e regressar à África em busca do filho perdido. Lançada em 2006, a saga da heroína negra - inspirada na lendária figura baiana de Luísa Mahin - conecta discussões sobre poder, raça, cultura e sociedade. Catatau de mais de 900 páginas, a obra levou quatro anos para ser finalizada – incluindo pesquisa, escrita, reescrita (do zero) e revisão. Não à toa, Um Defeito de Cor alçou Ana Maria Gonçalves ao posto de voz fundamental na reflexões sobre racismo no Brasil.