Você precisa conhecer Esther Cândida

Funk, Rio de Janeiro e muito violino.

BuzzShe

424 anos separam a origem do violino, criado na Itália por volta de 1562, do nascimento do funk carioca - ali, mais ou menos em 1986. Mas foram necessários só 11 segundos pra Esther Cândida mostrar que os dois sons tinham que ter se encontrado faz tempo. Numa versão de "AUTOMOTIVO EXTRADIMENSIONAL", proibidão de DJ Erik JP e DJ Patrick R, a gata acrescentou o instrumento secular na música que antes formava o ritmo com sintetizadores, batidas e gemidos. Ficou foda.

"Quero provar que ele pode ser mais clássico e aceito", conta Esther ao BuzzFeed Brasil.

A pilha dela hoje é juntar os sons do violino com o funkão, quebrando não o tabu, mas o elitismo do instrumento.

"Eu acho que tento tirar o melhor dos dois. As pessoas do mundo todo deveriam escutar funk, porque além do som, ele também tem história, história de periferia, preconceito, é um ritmo de muita comunicação!", conta.

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Carioquíssima, "Automotivo" não é a primeira versão funk da violinista. Ela também já dedilhou hits como "Ela vai de frente ela vai de costas", do DJ LK Simões.

E "Nois É Malvadão Mesmo" do Dj JL O Único, com Dj Salgueirinho.

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Mas essa história começa bem antes do funk.

Com 20 anos, Esther toca violino desde os 8, quando contratou uma professora particular. Dali pra cá foi pulando de partitura em partitura nos sons clássicos, até que resolveu tentar uma parada nova.

"Eu sempre gostei de ser diferente".

Há quatro anos criou um canal no YouTube para poder divulgar misturas de sons. "Eu ouvia as músicas que estavam em alta e sempre sentia que faltava algo. Na minha cabeça eu ouvia as partes que o violino poderia entrar". Começou com o então topo das paradas "Wild Thoughts", do DJ Khaled com Rihanna.

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Dois vídeos depois, já estava no Mc Kekel.

Desde então, nessa quase meia década, são óbvios os avanços nas produções.

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O que condiz com o nome nos teus @s "Notando Ela".

"Quero que as pessoas me notem enquanto eu estiver 'notando' (tocando notas).", conta. E, bom, tem dado certo. Hoje, Iza, Rennan da Penha e Lázaro Ramos estão entre seus seguidores. "Pra mim isso é uma conquista".

E o limite está longe do céu ainda.

Apesar dos mais de 76 mil likes no TikTok, rede onde Esther tem conseguido mais fama, por lá ela não conta com mais de 8 mil seguidores. No Insta são pouco mais de 4k, e no YouTube menos da metade disso. Números importantes pra atingir gravadoras e ter contatos - mas que não equivalem o poder que seu som tem em potencial. Tem muito espaço pra crescer, e muita gente pra curtir a mistura.

"Sei que estou só no começo de onde quero chegar...", conclui. E quem vai contradizer?

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