6 atletas trans que você precisa conhecer

Histórias de pessoas que estão se tornando protagonistas nos esportes.

Você já parou pra refletir sobre quantos atletas trans você conhece?

Reprodução

Certamente poucos, ou nenhum. Por isso o debate sobre a nossa inclusão nos esportes se faz mais que necessário em meio aos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Durante o início da semana, a neozelandesa Laurel Hubbard (foto) estreou na Olimpíada e se tornou a primeira mulher trans a competir em jogos oficiais. Infelizmente, ela errou os seus três arrancos iniciais e terminou na última colocação geral de levantamento de peso.

Apesar de não ter conseguido conquistar uma medalha, o legado e a jornada olímpica de Hubbard agora fazem parte da história do esporte. Para além disso, sua participação nos dá uma oportunidade única de refletir sobre quantos atletas trans nós conhecemos e acompanhamos. Afinal, existe ainda um abismo grande entre o processo de inclusão dessa população e o reconhecimento dos seus talentos no mundo esportivo. 

Por isso, hoje vamos conhecer grandes atletas trans brasileiros que estão se tornando protagonistas de diversas modalidades esportivas, e monstrando ao mundo como é possível ocupar novos espaços e expandir a inclusão de todes.

1. Maria Joaquina Cavalcanti 

A pequena patinadora artística tem 13 anos e já foi medalhista de grandes torneios nacionais. Ela chegou a se classificar no Campeonato Brasileiro de 2019, realizado pela Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação, mas a Confederação Sul-americana da categoria não permitiu que ela participasse por causa de sua transição de gênero. Porém, Maria Joaquina conseguiu disputar em sua categoria após uma decisão judicial e segue inspirando muitas crianças como ela.

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2. Marcelo Nascimento Leandro

Divulgação/Agência Corinthians | Marcelo em campo pelo Corinthians

Aos 32 anos, Marcelo conquistou três títulos mundiais com a seleção brasileira de futsal e possui um título nacional com o Corinthians no futebol de campo. Em quase 16 anos de carreira, ele ainda participou da Champions League e de copas brasileiras. Porém, boa parte desses méritos no esporte se deram antes de seu processo de transição, e desde 2019 ele rescindiu o contrato com o Corinthians. Atualmente, Marcelo segue resistindo como jogador amador na categoria masculina de alguns amistosos nacionais.

3. Tifanny Abreu

Nascida na pequena cidade de Conceição do Araguaia, no interior do Pará, esta lenda do vôlei começou sua carreira profissional ainda antes da transição de gênero, quando defendia o Foz do Iguaçu pela Superliga Masculina. Em seguida viajou à Europa, onde jogou por cinco anos até que, em 2012, decidiu deixar o esporte e iniciar sua transição.

Em 2017, se tornou a primeira mulher trans a entrar para a Superliga Feminina após receber uma autorização da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) que a permitiu jogar pelo Bauru. Hoje, Tiffany faz história como precursora da inclusão LGBTQIA+ nos esportes.

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4. Pedro Petry

O grande lutador começou a treinar jiu-jitsu aos 11 anos de idade, embora sua vontade inicial fosse de treinar muay thai. Seu primeiro contato com competições esportivas foi por acaso, mas desde que começou, Pedro nunca mais parou. No final de 2016 iniciou seu tratamento hormonal, e competiu pela primeira vez em uma categoria masculina no Campeonato Brasileiro de Jiu-jitsu de 2018. Já em 2020, o faixa preta se tornou campeão paraense e segue treinando para futuras competições.

5. Anne Viriato 

Esta amazonense começou a praticar esportes quando ainda era criança, e hoje é conhecida por ser a primeira mulher trans do MMA Brasileiro. Ela fez sua estreia em 2018 numa categoria masculina, e mesmo assim obteve grandes vitórias. Anne também é a primeira mulher trans a se tornar faixa preta em jiu-jitsu, e atualmente a atleta quer seguir lutando contra homens para quebrar paradigmas nos esportes. 

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6. Isabelle Neris 

Desde a infância, o vôlei sempre foi o esporte preferido desta curitibana. Mas, durante a adolescência, Isabelle já percebia que não se enquadrava nos padrões masculinos. Devido aos seus baixos níveis de testosterona ela não competia entre homens, mesmo antes do tratamento hormonal. Outro obstáculo era sua documentação, que impedia que ela fosse colocada em times femininos.

Assim, o vôlei se tornou apenas um hobby por muitos anos e ela seguiu carreira estudando para se formar em radiologia. Porém, em 2017, sua vida mudou completamente após se tornar a primeira transsexual do país que recebeu autorização para jogar por times femininos. A atleta foi liberada para competir em torneios ligados à Federação Paranaense de Vôlei (FPV), foi registrada em um time da Confederação de Vôlei do Brasil (CBV) e segue competindo em jogos estaduais. 

A história destes grandes atletas vai além da representação. Elas são a inspiração que falta para que muitas pessoas trans e travestis iniciem uma carreira esportiva ou em qualquer outra área profissional.

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Mas e você, já conhecia estas personalidades que indiquei? Tem outros atletas trans brasileiros para me apresentar? Me conte!

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