Vítima de estupro pode até mudar de nome para se proteger de traficantes
Adolescente de 16 anos foi incluída em programa de proteção a ameaçados de morte
A garota de 16 anos vítima de um estupro coletivo foi incluída em um programa de proteção a crianças e adolescentes ameaçados de morte. Ela já deixou o Rio, acompanhada da família. E poderá mudar de nome.


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A vítima do estupro coletivo foi incluída no programa federal de proteção de crianças e adolescentes ameaçados de morte.
O governo do Rio confirmou que ela foi incluída no programa de proteção a crianças e adolescentes vítimas de violência, do Ministério da Justiça. Ela e a família passarão a viver em uma nova cidade. Por causa dos riscos identificados à vida dela, é possível que ela passe a viver fora do Estado do Rio de Janeiro.
A mudança de nome é uma providência que poderá ser adotada se os responsáveis pelo programa no local de destino da vítima considerarem necessária para evitar que ela seja localizada.
Inteligência da polícia e o Ministério Público identificaram ameaças de traficantes à adolescente. Algumas já haviam surgido em redes sociais. Foi então que família aceitou entrar no programa de proteção.


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A delegada Cristiana Bento, que conduz a investigação do estupro coletivo.
Além de ameaças e recados nas redes sociais, a inteligência da polícia e o Ministério Público do Rio concluíram que a vida da adolescente corria risco porque o caso do estupro coletivo teve envolvimento de traficantes.
Um dos suspeitos de ter participado do estupro é Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, apontado como o chefe do tráfico no Morro da Barão, na Praça Seca, local onde o estupro aconteceu. Ele está foragido.
Por medida de segurança, nem escolta policial que a acompanhava viu quando deixou o prédio no Rio, na última segunda, rumo a uma nova cidade, acompanhada de uma equipe do programa de proteção.
Objetivo do programa é fazê-la apagar as conexões com o passado: por ordem do programa, a adolescente excluiu perfis em redes sociais e está proibida de voltar a se comunicar, por qualquer meio, como internet ou telefone, com antigos amigos e conhecidos.


Foi pelo Facebook que a vítima se expressou sobre o caso: "não dói o útero, mas a alma".
Enquanto isso, investigação prossegue. Terceiro suspeito se entregou na tarde desta quarta (1) à polícia. Em carta aberta, ele negou ter participado do estupro. Outros 2 estão presos e 4 ainda são considerados foragidos.
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