Vereadoras trans de SP estão sendo ameaçadas e perseguidas

Carolina Iara e Erika Hilton sofreram ataques nos últimos dias.

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As vereadoras de São Paulo Erika Hilton e Carolina Iara, ambas do PSOL.

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Carolina é travesti intersexo e integra a Bancada Feminista do PSOL na Câmara dos Vereadores de São Paulo. O mandato é coletivo e dividido entre outras três covereadoras.

Imagens de segurança feitas pela câmera de um vizinho mostram um carro branco com vidros escuros parado na frente da casa de Carolina por quase três minutos naquela madrugada.

A vereadora segurando uma folha com os dizeres "travesti não é bagunça"
A vereadora segurando uma folha com os dizeres "travesti não é bagunça"

Reprodução/Instagram / Via instagram.com

A parlamentar teve de sair de casa às pressas. Na manhã da quarta-feira (27), ela foi ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa denunciar o atentado. "Peço para as autoridades da cidade e do estado de São Paulo para que me deem, junto com as minhas companheiras de Bancada Feminista, proteção” disse em entrevista coletiva, conforme publicado pela Ponte Jornalismo.

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Outros dois casos de violência foram relatados nas duas últimas semanas pela vereadora Erika Hilton (PSOL), a primeira vereadora trans eleita em São Paulo. Um deles envolve um homem alterado que teria ido até seu gabinete na última quarta (27).

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O tal homem se identificou como "garçom reaça" e pediu repetidas vezes para vê-la. "A vereadora tá aí? Eu quero falar com a vereadora", teria dito, segundo reportagem da Folha. Como ele estava muito agitado, os funcionários do gabinete não permitiram o encontro. O homem, então, deixou uma carta que pedia desculpas por ter ofendido Erika nas redes sociais. A vereadora registrou queixa na polícia.

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No início de janeiro, Erika protocolou uma ação contra 50 pessoas que lhe fizeram ofensas racistas e transfóbicas na internet. O sujeito afirmou ter sido uma dessas pessoas.

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Por conta das ameaças frequentes, ela tem andado com escolta particular. De acordo com a matéria da Folha, a parlamentar já teria solicitado à presidência da Câmara a escolta da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Erika também relatou ao jornal que, no dia 13 de janeiro, um funcionário da Câmara dos Vereadores que buscava informações pessoais sobre ela ameaçou "arrancar a cabeça" de integrantes da sua equipe.

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O movimento Bancada Ativista fez uma petição online para exigir que as autoridades protejam a covereadora Carolina Iara.

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É muito triste que coisas desses tipo continuem acontecendo. Janeiro é o Mês da Visibilidade Trans, mas a discussão sobre políticas públicas voltadas à população T precisam acontecer o ano todo e devem partir de toda a sociedade. Como disse Carolina à Ponte Jornalismo: "Não podemos permitir que São Paulo tenha uma Marielle Franco trans".

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