Vamos (tentar) explicar porque os protestos de 12/09 foram tão estranhos

Foto: Roberto Parizotti

Os protestos de 7 de setembro, já falamos por aqui, foram uma ameaça à democracia brasileira e, assim que eles começaram a tomar volume, começou-se a falar sobre uma manifestação anti-bolsonaro. A data? No domingo seguinte: dia 12. Mas a parada não foi tão simples.

Bolsonaristas, claro, convocaram suas próprias manifestações

Mas isso já foi esperado, não foi o que causou a dúvida de tantas pessoas.

A dúvida real apareceu quando perceberam que quem convocou a manifestação contra o presidente, foram os grupos MBL e Vem Pra Rua.

Caso você não se lembre: ambos estiveram envolvidos nas manifestações anti-esquerda que rolaram entre 2014 e 2016, que contribuíram para o impeachment de Dilma Rousseff.

Esses mesmos grupos, vale ressaltar, apoiaram Bolsonaro nas eleições de 2018.

Rapidinho, a esquerda - que sempre se opôs ao presidente, passou a se questionar: apoiar essa manifestação condizia com seus objetivos?

E os próprios manifestantes pareciam se questionar: a esquerda era bem vinda ali?

Fato é que as manifestações Brasil a dentro pareciam reunir principalmente aqueles que se auto-intitulam de "terceira via", ou seja, quem equivale e rejeita tanto Lula quanto Bolsonaro.

E poucos participantes da esquerda própriamente dita.

Na prática, esse conflito acabou esvaziando muitos dos protestos.

Ao mesmo tempo que os bolsonaristas reuniam ainda menos gente.

No fim, o que se teve foi mais dúvida do que respostas: Muita gente contra Bolsonaro, mas não de acordo entre si.

Situação essa que gerou muito debate nas redes.

Muito mesmo.

Sem muito consenso e multidões dispersas, o resultado é um clima de estranheza tanto pra quem foi nos atos, quanto pra quem ficou em casa.

Os últimos anos deixaram até manifestação mais confusa, bicho.

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