Um terço dos homens gays não sabem que existe um medicamento que ajuda a prevenir o HIV

Uma pesquisa da Whitman Insight Strategies e do BuzzFeed News descobriu que 34% dos gays pensam que a PrEP, ou Truvada, que reduz o risco de contrair o HIV, “promove um comportamento sexual não saudável”.

Justin Sullivan / Getty Images

Um terço dos homens gays e mais da metade dos bissexuais nos Estados Unidos nunca ouviram falar de um medicamento capaz de combater a infecção pelo HIV, apesar das extensivas campanhas de saúde pública direcionadas às pessoas LGBTQ pedindo que considerem tomá-lo, de acordo com uma pesquisa realizada pelo BuzzFeed News e pela Whitman Insight Strategies.

Comercializada sob o nome Truvada, descobriu-se que a Profilaxia Pré-Exposição, conhecida como PrEP, reduz drasticamente a probabilidade de contrair o HIV. O medicamento de preço elevado é normalmente subsidiado pelo fabricante, e muitos programas de saúde (inclusive no Brasil) o fornecem gratuitamente. A Truvada foi aprovada em 2012 para ser usada por pessoas não infectadas que estavam em alto risco de contrair HIV, por exemplo, porque tinham um parceiro infectado pelo HIV. Ele deve ser combinado com outras práticas de sexo seguro, como o uso de preservativo.

No entanto, 32% dos gays e 57% dos homens bissexuais nunca ouviram falar dele, de acordo com uma pesquisa realizada pela Whitman Insight Strategies que ouviu 880 adultos LGBTQ de todos os Estados Unidos.

Um quinto dos gays e quase metade — 47% — dos homens bissexuais da pesquisa disseram que não sabiam como obter a PrEP.

Homens gays e bi, particularmente os negros, têm algumas das taxas mais altas entre as vítimas de infecção pelo HIV nos Estados Unidos, mas outras populações também correm risco de exposição. A agência americana Centers for Disease Control and Prevention estimou em março que mais de 1,1 milhão de americanos se beneficiariam da PrEP, mas em 2015 — o único ano examinado no estudo —, apenas 90 mil pessoas chegaram com suas receitas prescritas em farmácias comerciais.

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Um quinto dos gays e quase metade dos homens bi disseram que não sabiam como obtê-lo.

Enquanto 85% dos gays na pesquisa disseram que o medicamento era importante na prevenção do HIV, 34% concordaram com a afirmação de que “ele promove um comportamento sexual não saudável”. Os críticos têm alertado que as pessoas que usam a PrEP podem ter mais relações sexuais sem preservativos, expondo-se a outras ISTs ou ao HIV.

Desde a aprovação do Truvada em 2012, os pesquisadores têm percebido o desafio em persuadir as populações em risco a usá-lo. Um estudo de 2013 sobre jovens gays na revista Current HIV Research descobriu que “a implantação da PrEP pode ser prejudicada devido à falta de conscientização, assim como o preconceito percebido em relação ao seu uso".

Treze por cento dos gays e 10% dos homens bissexuais relatam ter tomado PrEP em algum momento, de acordo com a pesquisa da Whitman Insight Strategies/BuzzFeed News.

O medicamento é tomado diariamente e pode ter efeitos colaterais, como náuseas, diarreia e dor abdominal, e em casos raros, problemas renais, hepáticos ou ósseos.

As perguntas da pesquisa sobre a PrEP estavam incluídas em uma pesquisa LGBTQ maior sobre vida, política e identidade realizada pela Whitman Insight Strategies. O grupo completo incluiu 880 americanos autodeclarados LGBTQ. O subgrupo de gays era de 265 pessoas, dando a esses resultados uma margem de erro de mais ou menos 6%.


Para informações sobre PrEP no Brasil, acesse o site do laboratório de pesquisa da Fiocruz.

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METODOLOGIA: a Whitman Insight Strategies apresentou uma pesquisa quantitativa on-line entre 880 americanos autodeclarados LGBTQ através da Research Now. As datas de campo foram entre 24 de maio e 1º de junho de 2018. Os entrevistados deveriam determinar o sexo atribuído ao nascimento, identidade de gênero, identificação de transgênero e a orientação para definir adequadamente o público. A composição dos 880 americanos autodeclarados LGBTQ inclui 265 gays (30%), 129 lésbicas (15%), 403 bissexuais (46%), 51 transgêneros (6%) e 74 indivíduos queer não binários (8%).

A margem de erro no nível de confiança de 95% para a amostra total é de ± 3,3%, e é ligeiramente maior para qualquer descoberta entre os públicos LGBTQ individuais.

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A tradução deste post (original em inglês) foi editada por Victor Nascimento.

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