Tesão em se imaginar corno (terceiro fragmento inédito da série BDSM)

No fragmento de hoje, Simona nos conduz por uma viagem bastante elucidativa pela mente dos seus submissos.

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Daí, então, tem tanto o que sonha em perder o pinguelo, fiu!, quanto o que pira co'a conta bancária arruinada, zeradinha. Sonhos, tudo sonhos. Raro o que consegue dar os passos finais, mexer os pauzinhos pra aquilo sair só da cabeça dele. E, bom, mas nisso cê já dá pra ver um padrão, não? Ou seja, aquilo que martelam na testa de loro que é mais valioso, orgulho de todo ocó que se preze, e, na hora do vamovê, o que mais deixa loro didê é justo perder tuto qüesto. Loro? Pensando o quê? Bicha também é curtura, anota mais essa aí: loro é eles, e não tem parola mais apropriada. E são bem o pior tipo de papagaio — aprendem lá cedo que homem tem que ter pintão e muuuito dindim na mão, além de, lógico, aquele mulherão belíssimo do lado deles todo, ou melhor, toda, né?, toda plastificada. Só um parentes: que palavra engraçada essa, mulherão. A musa faz o diabo, mil e uma operações complicadérrimas, pra no final ainda elogiarem ela tratando ela no masculino... deusa me livre, parece ou não parece sina de travesti? E as cis, quando mais pintam e bordam na mesa de cirurgia, mais o povo fica achando que, na verdade, elas são cis coisissíssima nenhuma, não, são é travestis. Vrá! O medo que elas têm disso, eu morro! O mundo não gira, ele capota. Risco que se corre, ma cherri. A gente já é o contrário, quanto menos mexe, mais fica achando que ainda tá trê masculã. Pela minha experiência, eu te digo: sempre tem o que melhorar, é só procurar bem. Se eu tivesse o aqüé, juro, quebrava era o corpo todinho. Natural ia ser só o meu DNA e olhe lá, aquela bonequinha de porcelana imune à ação do tempo. Eterna! As vovós todas me invejando e eu, mesma idade delas, fazendo os bofinhos como se não houvesse amanhã. Ai, ai ai. Eles com aqueles sonhos lá deles e eu aqui perdendo o sono com esse medo de ficar velha. E isso porque eu sou belíssima, imagina as mais desprovidas de encantos como não ficam. Mas os ocós, era lá que a gente tava antes desse parentes. Então, mal eles nascem e já vão aprendendo que tuto o que importa é a minhocona no meio das pernas, a bufunfa no bolso e, de mão dada com eles, aquela mulher biônica parece que saída direto de um hentai. Eita, esses vídeos... a primeira vez que eu vi, afe!, achei que era zuação. Desenho animado pornô? Só me faltava! Mas aí, toda vez que eu dava um google pra bater rapidinho um bolo e conseguir dormir, lá vinha a bendita propaganda e cê tinha que ficar trinta segundos vendo o pau comer em versão desenho animado. Dava um bom tilt, né? A ponto de, às vezes, até passar os trinta segundos, eu tentando entender o que levaria um ser a clicar numa propaganda dessas. E tava tudo lá, na minha cara, o motivo. O necão quilométrico sempre duro, maior que o dono quase, entrando numa jovenzinha frágil, indefesa, a gente nunca sabendo direito se ela tá chorando ou sentindo prazer, e a periquita da menina, mínima, triplicando, quatruplicando de tamanho toda vez que entra lá dentro a neca. Uma gota de sangue pra contar história não tinha, fissura, assadura, nada, e que flacidez o quê! Pensa se travesti fosse assim. Não era tesão que eu sentia, não, era tipo hipnose. Mas agora, é tanta coisa que eu já vivi, ô, que até acho que entendo o que leva um troço desses a fazer sucesso. Por que, se tem até propaganda, não deve é faltar quem veja, é ou não é? Razões, entonces. Primeiro, a coisa que não acaba nunca, ali ninguém cansa, a metelância é sem fim. Além disso, o pau que respeita a vontade do dono e fica o tempo todo de pé (talvez esse seja até o ponto antes de todos). Bom, daí também o limite, quer dizer, a falta de, porque o corpo da mulher se arregaça inteiro com o peru lá dentro, mas é sair e volta tudo ao normal, ela apertadinha igual antes, virgem. Superpoderes, meu bem, guarda essa elasticidade babado! Tem quem queira voar, escalar paredes, olhar de raio xis, raio laser, nem sei mais, mas, se oferecessem pra eles voar ou ter um pinto imbrochável de, precisa nem exagerar, uns vinte centimetrinhos e pouco só, cê acha que eles escolheriam o quê? O que o quê! Tenho nem dúvida. Agora, essa pressão toda, quem guenta? Porque é uma obsessão, cabeça pifando pensando nisso, mas um pau desses não existe. Um cliente que eu atendia em Milão foi quem me fez entender. O cara era tão, mas tão ciumento que não tinha mulher que aturasse. Foram sessões e sessões de terapia até ele, no final, perceber a questão central: o ciúmes que ele sentia era tão intenso quanto o tesão em se imaginar corno. Corno, explorado por uma megera oportunista que só tem olhos pro dinheiro dele e que ria do tamanico de neca que ele foi inventar de ter. Cuckold, procura aí. E, bom, cortar fora a criança ele não conseguia ainda nem sonhar, mas punições por mau comportamento dela é o que não faltaram. Chute no saco, cinto de castidade, velas, agulhas, a gente aprontou foi demais. Ah, e a terapista, que era ninguém menos do que io, tinha que cobrar bem caro cada sessão, ele fazia questão.

Pra quem perdeu os episódios anteriores:

Primeiro fragmento: "A diferença entre Dominatrix e dominatruque"

Segundo fragmento: "Eunuco tá voltando a ser moda"

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