Apologia ao nazismo não é liberdade de expressão, é crime

Teve gente desfilando com suástica e político defendendo. A que ponto chegamos?

Apologia ao nazismo é crime no Brasil, mesmo assim, há quem goste de chamar esse tipo de coisa de "liberdade de expressão". Na última quinta (17), um sujeito foi ao Caruaru Shopping, em Pernambuco, com uma faixa vermelha e uma suástica no braço.

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No vídeo, ele diz "Estou na minha liberdade". Não está, não.

Não mostraremos o vídeo pelo fato de existirem alegações de que o sujeito com suástica é menor de idade. Nesse caso, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) veta a exposição.

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Quem fez o vídeo em questão foi o influenciador Breno Melo. Ele contou que passeava pelo shopping de manhã quando viu o rapaz com a suástica no braço. Breno partiu pra cima dele, que alegou ser menor de idade.

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Nas redes sociais, a administração do shopping se limitou a dizer que expulsou o sujeito, mas nada informou sobre registrar um boletim de ocorrência ou chamar a polícia. Repetindo: apologia ao nazismo é crime. Não basta expulsar o criminoso. Se uma das lojas fosse roubada, a atitude dos seguranças seria a mesma?

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Como se já não fosse bizarro o suficiente uma pessoa com um moletom de 'O mundo sombrio de Sabrina' entrar num shopping com uma suástica, ainda teve político chamando isso de "liberdade de expressão". Foi o que disse o então secretário de turismo de Maceió, AL, Ricardo Santa Ritta (PDT), em seu perfil no Twitter.

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O influenciador Breno foi a uma delegacia de polícia registrar um boletim de ocorrência e, nos Stories, desabafou: "Isso não pode passar impune".

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Segundo o artigo 20 §1º da Lei 7.716/89, alterada pela Lei 9.459/97, é crime "fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo". A pena é de reclusão de um a três anos e multa.

Atualização: nesta sexta (19), por volta das 12h, o Caruaru Shopping entrou em contato com o BuzzFeed para informar que reuniu as imagens do circuito interno, assim como depoimentos de testemunhas e enviou tudo para a Polícia Civil, que teria prendido o adolescente de 17 anos em flagrante.

"Foi instaurado procedimento para apurar o caso e equipamentos eletrônicos foram apreendidos e passarão por perícia. O menor será encaminhado para o Ministério Público", informa a nota do shopping.

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