Sem Lula, Dilma pareceu ainda mais sozinha antes da votação do impeachment

Com movimentos sociais, Dilma se queixou da organização da Olimpíada: "Você organiza a festa, contrata a melhoria das instalações da casa, arruma os móveis e, no dia da festa, te proíbem de entrar".

Sem Lula, a presidente afastada Dilma Rousseff fez seu último ato político antes da votação do impeachment nesta terça-feira em São Paulo.

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O afastamento definitivo dela começa a ser discutido pelo Senado amanhã. A votação deve ocorrer semana passada. Se ao menos 54 senadores votarem pelo impeachment, Michel Temer será confirmado definitivamente no cargo.

A Casa de Portugal ficou lotada de sindicalistas e membros dos movimentos sociais, mas poucos dirigentes petistas nacionais apareceram.

Tatiana Farah/BuzzFeed Brasil

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Fernando Haddad sentou-se ao lado da petista e o presidente da legenda, Rui Falcão, ficou em uma ponta do palco.

Aloizio Mercadante ficou de pé, quase nos bastidores. O ex-ministro Miguel Rossetto também ficou algum tempo ao lado da presidente.

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Esnobado por Dilma, que o fez aguardar mais de dois anos pelo encontro que só aconteceu depois da crise política, o ex-senador Suplicy leu, emocionado, uma nota enviada pelo jurista Dalmo Dallari.

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A imprensa teve de assistir tudo à distância, já que ficou confinada na parte superior do salão e foi proibida de circular inclusive na área onde ficava o público.

O estafe da presidente dizia que a culpa era dos organizadores, que diziam seguir ordens da segurança da Presidência.

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Dilma falou de improviso e não escondeu a mágoa. Abriu o coração quando falou da Olimpíada.

Disse que ninguém a citou: "Nem eu nem o Lula. A gente foi devidamente esquecido. Por quem? Por quem vocês sabem por quem".

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"Sempre me perguntaram: Qual é a sua reação? A minha reação é aquela que qualquer um aqui entenderá. Você pega e organiza a festa, né? Arruma a casa. Contrata a melhoria das instalações da casa. Arruma os móveis e, no dia da festa, te proíbem de entrar na casa."

Apesar das palavras duras, quando chegou até a dizer que não a "obrigaram a se suicidar como obrigaram Getúlio (Vargas)", a presidente afastada mostrou animação: "Democracia tem de lutar todo dia, é como a vida".

Paulo Whitaker / Reuters

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E sobre a Olimpíada ainda comemorou os projetos dos governos petistas e a décima terceira posição do país.

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"E o que eu tenho mais orgulho é que isso beneficiou atletas _ eu não tenho nada contra atleta loiro, de olhos azuis e de cabelo lindo, não tenho nada, não_ mas beneficiou os nossos atletas negros, mulheres, LGBT. Eu olhei para os atletas e falei: é a nossa cara. É a cara do Brasil."

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