Analisamos o aguardado "Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon", que acaba de ser lançado para Nintendo Switch

A espera para conhecer a jornada da jovem Cereza finalmente acabou!

Após um longo período de espera o ano de 2022 se tornou o grande momento para os fãs de "Bayonetta", o grande título da Platinum Games (agora em parceria com a Nintendo). O jejum de 8 anos sem nenhum novo jogo da franquia finalmente havia terminado e uma nova era teve seu início.

O lançamento de "Bayonetta 3" (aguardado desde seu anúncio em 2017) trouxe a icônica bruxa e suas acrobacias em batalha de forma única ao Nintendo Switch, agradando a uns e deixando alguns outros um pouco decepcionados com questões de enredo e até mesmo técnicas.

Aquele gosto amargo na boca logo acabou sendo esquecido com o anúncio de um spin-off da série, que acaba de chegar ao Nintendo Switch. Estamos falando de "Bayonetta Origins: Cereza and the lost Demon".

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Com uma proposta totalmente diferente dos combates frenéticos e cenas ousadas, próprias da franquia, em "Bayonetta Origins" temos contato com uma jovem Cereza, muito antes de se tornar a Bayonetta que conhecemos e amamos. O jogo se debruça sobre a origem da bruxa, seus problemas de rejeição por parte de sua tribo e, claro, a descoberta de seus poderes.

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Aliás, antes de focarmos na história é preciso destacar a direção artística desse jogo. Por ser uma história com o foco no olhar da Cereza ainda criança, todo o jogo adotou uma estética de conto de fadas.

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Todos os cenários são desenhados, ricos em detalhes, fazendo com que o jogador tenha a real impressão de que está lendo um livro infantil. Além disso o jogo é todo narrado como se uma pessoa estivesse lendo esse livro para uma criança, com direito a narradora fazendo vozes engraçadas para cada personagem da história. Sem dúvida estamos diante de um dos mais belos títulos do Nintendo Switch.

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Mas de volta ao enredo, nossa jornada se inicia com o nascimento da protagonista. Sua mãe acaba sendo aprisionada por seu relacionamento proibido e a jovem Cereza e excluída do clã das bruxas, sendo tratada como uma aberração. Crescendo fora da vila sob os cuidados de outra bruxa exilada (Morgana), Cereza, aos poucos, aprende a utilizar seus poderes mágicos e sonha em um dia reencontrar sua mãe.

É justamente essa busca pela mãe que movimenta toda a história. Alertada em sonho por um personagem desconhecido, Cereza resolve adentrar à floresta de Avalon em busca de um certo lobo branco que a levará a obter um poder misterioso capaz de libertar sua mãe. Assim, abraçada num simples gato feito de retalhos, a pequena bruxa se lança nessa jornada, tudo isso sem a autorização de sua mentora.

A jornada se desenrola nessa busca incessante pelo lobo branco e os chamados “núcleos elementais”, uma espécie de totem com poderes especiais que ajudarão nossa protagonista a avançar em sua missão.

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Além disso, um outro e importante personagem está presente na história: Cheshire, o gato de retalhos. Um dos poderes conhecidos das bruxas no universo Bayonetta é a capacidade de invocar demônios e utiliza-los como armas. Para isso, as bruxas usam um ritual de invocação e, junto disso, usam a força de seus cabelos para domá-los (sim, é isso mesmo). Cereza até tenta realizar o ritual com a ajuda de Morgana, mas acaba falhando. Mas, diante do desejo de salvar sua mãe, ela acaba invocando um demônio e, sem saber como, aprisionando-o no pequeno gato Cheshire, que passará a ser seu companheiro de aventura.

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O grande ponto de "Bayonetta Origins" está na relação Cereza e Cheshire. Ela vai para muito além da simples parceria que existem em diversos jogos por aí. Aqui, os dois têm igual importância na história e na jogabilidade.

Se de um lado temos Cereza, que quer salvar a mãe, de outro, temos Cheshire, que quer voltar para sua casa (pois foi invocado contra a sua vontade). A medida em que a história passa esse relacionamento vai sendo construído e a parceria se torna cada vez mais importante dentro da jogabilidade proposta.

A ideia do jogo é controlar os dois personagens simultaneamente. Parece confuso, eu sei, mas é algo realmente encantador. Cada parte do controle é referente a um personagem. O lado esquerdo controla Cereza, já o direito controla Cheshire. Você precisará realizar atividades diferentes com cada um deles para conseguir não só avançar nos cenários como também derrotar os inimigos.

É uma espécie de jogo cooperativo, mas totalmente single player. Ele só não se torna uma experiência totalmente multiplayer porque em diversos momentos você terá de simplesmente pegar Cheshire no colo para atravessar desafios específicos.

Num primeiro momento, a aventura parece um pouco monótona, mas logo que começam os combates tudo se torna caótico e acaba exigindo bastante atenção e coordenação motora do jogador. Eu particularmente tive um pouco de dificuldade inicial para controlar os dois personagens em combate, mas logo tudo se tornou leve e extremamente divertido.

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O jogo traz um level design interessante, rico em locais para serem explorados e itens escondidos a serem encontrados. Ao jogar, a vontade é de querer explorar cada canto da floresta em busca de mais itens ou caminhos novos.

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Outro ponto a ser destacado é a existência de cenários especiais no estilo “dungeons”, ricos em puzzles e combates mais acirrados. Vencer essas fases libera não só novos caminhos, como também revela localizações de outros itens ainda não descobertos.

Além disso, o jogo traz um toque do estilo “metroidvania” em que é possível voltar a locais já explorados para utilizar habilidades adquiridas por meio dos “núcleos elementais” ao longo da história. Cada núcleo dá a Cereza e Cheshire novos poderes como manipulação de plantas ou fogo. Isso faz com que o jogo se torne ainda mais rico e desafiador.

Sei que muitos fãs não devem ter gostado muito do anúncio de "Bayonetta Origins", uma vez que ele não tem nada dos títulos originais como tiroteio e pancadaria desenfreada. Porém, digo com toda tranquilidade: estamos diante de uma grata surpresa, pois o jogo é extremamente divertido, profundo e prazeroso.

Saber das origens de Cereza, muito antes de ela ser a Bayonetta que conhecemos e amamos, nos faz ter um olhar mais humanizado para sua história e perceber o quão marcante é o desenvolvimento da personagem.

O jogo acaba se tornando não só um tributo aos fãs que querem conhecer mais sobre esse universo como também é uma excelente porta de entrada para aqueles que não conhecem a franquia.

Digo isso, pois, a história é realmente bem contada trazendo apenas algumas referências a jogos futuros, mas nada que vá atrapalhar a experiencia dos novos jogadores interessados.

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"Bayonetta Origins: Cereza and the lost Demon" já está disponível exclusivamente no Nintendo Switch.

Esta review foi realizada a partir de uma cópia cedida pela Nintendo.

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