Racismo contra Vini Jr. vira incidente diplomático entre Brasil e Espanha, com cobrança (necessária) de punições

Governo Lula saiu em defesa do jogador brasileiro, como tem que ser.

Desde que estreou pelo Real Madrid, em setembro de 2018, Vinícius Jr. já foi vítima de, pelo menos, 11 casos de racismo durante partidas pelo clube espanhol. O caso mais recente aconteceu no domingo (21), num jogo entre o Real e o Valencia, no estádio Mestalla.

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E ele está certo. Tanto é que os ataques sofridos por ele e a inércia dos dirigentes de futebol espanhol estão criando um incidente diplomático necessário entre Brasil e Espanha. Necessário porque o governo brasileiro acerta em defender um de seus cidadãos da violência sofrida.

 Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images

O presidente de LaLiga, Javier Tebas, usou as redes sociais para responder às críticas feitas pelo jogador. "Já que aqueles que deveriam não te explicam o que é que LaLiga pode fazer nos casos de racismo, tentamos nós explicarmos, mas você não se apresentou em nenhuma das datas acordadas que você mesmo solicitou. Antes de criticar e injuriar LaLiga, é necessário se informar adequadamente, Vini Jr.", escreveu Tebas, que foi criticado pelo ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio Almeida:

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Em maio, aliás, os governos dos dois países assinaram um memorando de entendimento pelo combate ao racismo, discriminação e xenofobia. O texto promete "atenção especial à luta contra o racismo nas atividades esportivas".

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"Infelizmente, nos últimos meses, notícias de atletas brasileiros que têm sido vítimas de racismo em clubes europeus ganharam especial repercussão", aponta o texto.

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Nas últimas horas, o governo brasileiro emitiu uma nota interministerial conjunta para cobrar atitudes do governo da Espanha, da Fifa e da La Liga após o episódio de racismo contra o jogador brasileiro. A nota é assinada pelos ministérios da Igualdade Racial, dos Esportes, das Relações Exteriores, da Justiça e Segurança Pública, dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Reprodução/Itamaraty

"Tendo em conta a gravidade dos fatos e a ocorrência de mais um inadmissível episódio, em jogo realizado ontem, naquele país, o governo brasileiro lamenta profundamente que, até o momento, não tenham sido tomadas providências efetivas para prevenir e evitar a repetição desses atos de racismo", diz o texto.

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Até a publicação desta matéria, não tivemos nenhuma proposta concreta das autoridades políticas e esportivas da Espanha para punir torcedores racistas, seja com banimento dos estádios ou indiciamento por racismo. Enquanto isso, temos um dos melhores jogadores do mundo sendo agredido jogo após jogo e um incidente diplomático criado entre Brasil e Espanha.

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